05 de Maio de 2024 • 11:18
O Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos de Santos e Região vai acionar a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e denunciar a ameaça de demissão em massa na Usiminas, que anunciou o fechamento de seus dois fornos e encerramento da produção de aço.
A entidade sindical vai juntar, no documento a ser enviado às entidade trabalhista internacional, um dossiê que mostra a precária situação das instalações da usina de Cubatão com o número de mortes e acidentes de trabalho ocorridos na empresa.
A informação é do presidente do sindicato, Florêncio Resende de Sá, Sassá, que reuniu sua diretoria na tarde de ontem, quando o documento começou a ser elaborado. “Vamos também entregar o dossiê já enviado às autoridades do País, onde constam todos os dados do sucateamento da empresa com respectivas fotos, fato que provocou muitos acidentes com mortes”, diz Sassá.
O sindicalista prepara novas manifestações contra a empresa nos próximos dias. “Isto nós vamos decidir em nova reunião, ainda hoje (ontem), mas teremos que montar uma mobilização surpresa, para evitar expor os trabalhadores à repressão da Polícia Militar”, explica.
O sindicato, junto com a Intersindical, está também encaminhando as devidas denúncias que comprovam a intervenção da Usiminas na organização dos trabalhadores, através do aparado militar do Governo do Estado. “O que aconteceu no dia 11 foi mais uma demonstração da saudade que tem a Usiminas dos tempos sombrios da Ditadura Militar quando calavam à bala a luta dos trabalhadores”, mencionou Sassá.
E prossegue: “Mas, nossa luta não acabou. Enfrentamos a ditadura e garantimos o direito de nos organizar e o sindicato é um desses instrumentos de luta e a greve é um direito legítimo. Já fizemos denúncias no Judiciário e no Ministério Público, vamos agora para além das fronteiras do País para levar a denúncia para a Organização Internacional do Trabalho (OIT)”.
E conclui: “Vamos também processar o Estado, pois o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai ter que responder sobre a violência cometida contra os trabalhadores”.
Entenda a ameaça de demissões na Usiminas
Em outubro, balanço financeiro nacional da Usiminas divulga prejuízo líquido de R$ 1,042 bilhão no terceiro trimestre de 2015, tendo sido, segundo a empresa, o quinto resultado trimestral negativo consecutivo.
A direção da siderúrgica divulgou a paralisação da produção de aço em Cubatão. A usina pretende deixar de produzir placas, mas manterá as atividades de laminação.
A Prefeitura de Cubatão diz que o fato vai deixar cerca de oito mil trabalhadores sem empregos, entre funcionários da Usiminas e de empreiteiras que prestam serviços para a siderúrgica.
O auge da crise ocorreu no último dia 11 de novembro, quando sindicalistas e trabalhadores realizaram um ato contra o anúncio da empresa sobre a paralisação na produção de aço e as possíveis demissões.
A Polícia Militar foi acionada, e trabalhadores foram recebidos com bombas de gás lacrimogênio. Na confusão, três sindicalistas foram detidos.
No mesmo dia, sindicalistas e servidores da Prefeitura de Cubatão fazem protesto no Paço Municipal de Cubatão seguido de passeata pelas ruas do centro.
A possibilidade de demissões em massa com o encerramento das atividades da Usiminas mobiliza os prefeitos da região que, preocupados com o corte de empregos em toda a Baixada Santista, pediram interferência de autoridades federais para que a empresa suspenda a decisão de encerrar os trabalhos para evitar a demissão de funcionários pelo prazo de pelo menos 120 dias.
Ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos elaborou denúncia internacional a ser enviada para a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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