19 de Maio de 2024 • 10:04
A nomeação do deputado federal Fernando Filho (PSB) para o ministério das Minas e Energia do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) rachou o PSB / Agência Brasil
A nomeação do deputado federal Fernando Filho (PSB) para o ministério das Minas e Energia do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) rachou o PSB, opondo a cúpula do partido e as bancadas de deputados e senadores.
Em reunião da Executiva no dia 10 de maio, dias antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), a executiva do PSB aprovou uma resolução indicando que não ocuparia cargos no novo governo.
O texto aprovado na reunião informa que "a Direção Nacional do PSB não indicará e não chancelará nomes para compor o governo".
A despeito da resolução, a maior parte das bancadas de deputados e senadores do PSB optou por bancar a nomeação do ministro.
A decisão gerou desconforto entre os dirigentes do PSB, sobretudo nos governadores Paulo Câmara (PE), Rodrigo Rollemberg (DF) e Ricardo Coutinho (PB), que defenderam que o PSB ficasse fora do novo governo.
A reportagem apurou que membros da executiva e aliados dos governadores consideram que a situação interna é de instabilidade e que o partido está "desorientado" em relação ao novo cenário político.
O temor é que o partido esteja diretamente vinculado a um governo que tome decisões conservadoras no campo social, com redução de direitos trabalhistas e cortes em programas de transferência de renda.
TENSÃO
Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira afirma que o partido preferiu não pleitear cargos para deixar o presidente à vontade para escolher sua equipe. E diz que não haverá punição pela indicação ao ministério.
"Os deputados e senadores expressaram o desejo de indicar um nome para o governo. Estávamos cientes que isso aconteceria", diz Siqueira, negando que exista tensão interna no partido.
Já o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), pai do ministro Fernando Filho e principal articuladores de sua nomeação, admite que houve divergências, mas diz que as mesmas estão sendo superadas: "Estamos deixando as coisas assentarem".
Além de definir que não indicaria nomes para o governo, a resolução aprovada pela executiva do PSB estabeleceu uma agenda de dez pontos na qual defende a manutenção de conquistas sociais.
Um dos poucos deputados que votaram contra a ocupação de cargos no novo governo, Júlio Delgado (PSB-MG) diz que esta agenda deve ser uma prioridade e que o partido deve cobrar a sua adoção pelo presidente Michel Temer.
DISPUTA LOCAL
O racha no PSB também teve como consequência o acirramento da disputa local em Pernambuco entre os grupos do governador Paulo Câmara e o senador Fernando Bezerra Coelho, que disputam espaços no partido desde a morte do ex-governador Eduardo Campos num acidente aéreo em agosto de 2014.
A reportagem apurou que tanto o governador quanto o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), trabalharam contra a indicação de Fernando Filho para o ministério.
Aliados de ambos veem a nomeação do ministro e a aproximação com o presidente Michel Temer como parte do projeto de poder de Fernando Bezerra Coelho que pretende disputar o governo do Estado.
Ex-ministro da Integração Nacional no governo Dilma, Bezerra Coelho foi preterido por Eduardo Campos na disputa para o governo do Estado na última eleição e acabou concorrendo para o Senado.
O senador nega qualquer indisposição com o governador Paulo Câmara: "Isso não existe".
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