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Política

Operação Acerto de Contas abala relações PT-PSD

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vinha tentando costurar uma aliança com o petista Alexandre Padilha na cabeça de chapa e Kassab como vice

Publicado em 31/10/2013 às 11:28

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Feita sem o conhecimento do ex-prefeito Gilberto Kassab, a Operação Acerto de Contas pode ter dado o impulso definitivo na candidatura do presidente do PSD ao governo paulista, além de abalar negociações com o PT.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vinha tentando costurar uma aliança com o petista Alexandre Padilha na cabeça de chapa e Kassab como vice. Mas a forma como foi feita a operação pôs tudo a perder, na opinião de líderes do PSD.

O descontentamento do partido com o PT pode ter reflexos também nas relações com o governo federal, no momento em que tanto Dilma Rousseff quanto Lula tentam arregimentar o máximo de partidos para a aliança que buscará a reeleição da presidente da República. O Palácio do Planalto informou que não comentaria uma operação da Prefeitura, mas assessores de Dilma disseram que esperam ter o partido de Kassab na frente pela reeleição.

Oficialmente, o PSD já não integra a base aliada, pois o ex-prefeito decidiu que quaisquer negociações nesse sentido deveriam ocorrer só em 2014. Agora, porém, de acordo com líderes partidários, não haverá como esquecer facilmente das sequelas também no plano federal.

Feita sem o conhecimento do ex-prefeito Gilberto Kassab, a Operação Acerto de Contas pode ter dado o impulso definitivo na candidatura do presidente do PSD ao governo paulista (Foto: Divulgação)

A direção informou que o partido não se sente atingido pela operação, porque os servidores eram todos de carreira. E um deles - Ronilson Bezerra Rodrigues - ganhou uma função de confiança na São Paulo Transporte (SPTrans) na gestão Haddad. Mas o descontentamento foi geral com a forma como as investigações ocorreram. Kassab não foi informado de nada. E as investigações, de acordo com políticos do PSD, deixaram claro que o alvo foi a administração dele.

O PSD procurou fazer a defesa de Kassab durante todo o dia. Integrante da Executiva e ex-líder na Câmara, o deputado Guilherme Campos (SP) disse que as investigações sobre a cobrança de propina para liberar empreendimentos imobiliários na capital começaram durante a gestão de Gilberto Kassab e se prolongaram pela atual. "Todos os servidores são de carreira. Não há nenhuma indicação política."

Em São Paulo

A divulgação de um escândalo envolvendo a gestão Kassab cerca de oito horas após a aprovação definitiva do IPTU também não foi considerada uma simples coincidência por vereadores do PSD. Durante a votação, 7 dos 8 parlamentares da sigla foram contra a proposta de Haddad.

"Considero, sim, como represália. A operação já estava em andamento, é claro, mas a data da divulgação foi, no mínimo, muito bem planejada", disse um deles. O bloco, no entanto, afirmou que vai "continuar votando de forma independente".

Para representantes do PT na Câmara, porém, a tentativa de relacionar os fatos é absurda. "Como poderíamos organizar toda uma operação da noite para o dia? Isso não existe", afirmou Alfredinho. 

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