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Política

Evento dos 10 anos do Bolsa Família vira troca de elogios entre Dilma e Lula

Em entrevista após a cerimônia, o ex-presidente afirmou que a marca do governo Dilma é a mesma daquela defendida durante a campanha eleitoral

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 30/10/2013 às 22:41

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Contaminada pelo clima eleitoral, a comemoração dos dez anos do Bolsa Família transformou-se em um troca pública mútua de elogios, entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e na tentativa de reforçar a ideia de continuidade.

Em entrevista após a cerimônia, o ex-presidente afirmou que a marca do governo Dilma é a mesma daquela defendida durante a campanha eleitoral: a continuidade e o aprofundamento daquilo que foi feito em seu governo, com foco na inclusão social. "Eu acho que o governo da presidente teve uma marca da campanha, que foi a razão da sua eleição: dar continuidade a um programa de inclusão social e desenvolvimento" (do governo Lula), disse Lula

O tom de campanha ficou mais nítido com menções ao governo tucano. "Ninguém que governou de costas para o povo tem legitimidade para atacar o combate à desigualdade que nós fizemos", disse a presidente Dilma, ao reagir às críticas, dizendo que "Bolsa Família não é esmola, é tecnologia social de distribuição de renda e combate à fome".

Lula, por sua vez, avisou que o programa se transformou em "direito" para as famílias mais carentes, que não precisam mais "pedir favor e trocar seu voto por um prato de feijão". E emendou: "é isto que preocupa certa sociologia das elites da política brasileira; é preconceito da mais baixa linha política" A presidente Dilma classificou ainda os programas que antecederam o Bolsa Família, em governos anteriores, como de "baixa eficácia", que tinham vigência "nas proximidades das eleições".

Ex-presidente Lula e Dilma Rousseff durante a comemoração dos dez anos do Bolsa Família (Foto: Stuckert/Instituto Lula)

O ex-presidente Lula aproveitou ainda a presença dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Míriam Belchior, para cobrar que não fiquem criando empecilhos para a liberação de verbas para os programas sociais. "Querido Mantega e querida Míriam. Quando forem discutir o orçamento, parem de regatear dinheiro para os pobres", afirmou Lula, sob palmas da plateia, lotada por ministros e parlamentares, que não cansaram de aplaudir a cada ataque de Dilma e Lula aos críticos do Bolsa Família.

Em suas falas, que duraram cerca de 40 minutos cada, Lula e Dilma trocaram elogios entre si. Para mostrar sintonia, os dois rebateram as mesmas críticas em seus discursos. "Enquanto existir uma só família (passando fome) ela vai encontrar da presidente Dilma, tenho certeza, o pão de cada dia", declarou Lula, ao elogiar a busca ativa que o governo Dilma está fazendo. "Que se coloque as Forças Armadas atrás de brasileiros, para não deixar um brasileiro sem comer porque foi para isso que fomos eleitos", disse o ex-presidente, ao falar do inconformismo de "certos grupos da elite" que se incomodam com o fato de os pobres estarem viajando de avião e "as empregadas usando perfumes iguais aos das patroas que, se são paraguaios ou não, eu não sei". Dilma, por sua vez citou que 93% das titulares do programa são mulheres e quem reconheceu isso foi um homem, o presidente Lula.

Após salientar que o governo Dilma e Lula "varreram as políticas clientelistas" do país, Dilma disse que "nós sabemos que o ódio dos críticos do Bolsa Família é um ódio anacrônico, é uma posição antiga e obscurantista", acentuando que jamais vai aceitar qualquer redução no ritmo do Bolsa Família. Dilma reiterou que Bolsa Família "não acomoda, nem vicia" e que com ele, é possível superar a miséria e ascender e depois comprar carro e perfume, como disse o presidente Lula.

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