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Gol no fim salva jogo de "segunda divisão" e põe Bélgica nas oitavas

Na próxima quinta-feira, a Bélgica chegará com seis pontos à Arena Corinthians, em São Paulo, para enfrentar a Coreia do Sul

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 22/06/2014 às 15:13

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"Ão, ão, ão, segunda divisão!". O divertido grito de parte da torcida brasileira presente no Maracanã, no início da tarde deste domingo, ajuda a resumir grande parte do confronto entre Bélgica e Rússia, no Maracanã. As duas equipes fizeram um confronto equilibrado, mas de poucas chances (a maioria delas na primeira etapa). Só aos 42 minutos do segundo tempo é que Origi marcou o gol da vitória por 1 a 0, o da classificação belga às oitavas de final da Copa do Mundo.

Na próxima quinta-feira, a Bélgica chegará com seis pontos à Arena Corinthians, em São Paulo, para enfrentar a Coreia do Sul. No mesmo dia, em situação bastante delicada (com um ponto ganho), a equipe treinada por Fabio Capello decide seu futuro diante da Argélia, na Arena da Baixada, em Curitiba. Pela segunda rodada, sul-coreanos e argelinos se enfrentam ainda nesta tarde, no Beira-Rio, em Porto Alegre.

Foi exagero brasileiro classificar o confronto como digno de Série B do Campeonato Brasileiro, mas, além do horário ingrato (13 horas), parte dos 45 minutos finais foram bem fracos e talvez justifiquem a indignação de quem pagou ingresso. Até mesmo o atacante belga Dries Mertens, melhor jogador em campo até o intervalo, saiu vaiado. No segundo tempo, depois de trocar de lado com Eden Hazard, ele não repetiu a boa atuação da primeira etapa, e todo o time caiu de produção.

"Vergonha, vergonha, time sem vergonha", divertiram-se, em coro, os brasileiros, que se animaram em vão aos 38 minutos, ao ver o atacante Kevin Mirallas cobrar uma falta rasteira, por baixo da barreira, e acertar a trave direita. E também aos 40 minutos, quando Hazard fez boa jogada e bateu à esquerda do gol. Mas, aos 42, finalmente o zero saiu do placar. Após boa jogada de Hazard na linha de fundo, Origi completou para a rede.

Antes do jogo, a primeira preocupação da comissão técnica belga foi com o lateral esquerdo Thomas Vermaelen caindo no gramado. Durante o aquecimento em uma roda de bobinho, ele levou um choque no joelho esquerdo e reclamou de dores, mas continuou a bater bola na sequência e retornou mais tarde para jogar como titular. Aos 30 minutos do primeiro tempo, no entanto, deixou o campo chorando e foi substituído por Jan Vertonghen.

A pancada na perna não foi a única dor sentida por Vermaelen neste domingo. Logo no primeiro minuto da partida, ele disputou uma bola pelo alto com Alexander Samedov e fez um corte no supercílio direito. O meio-campista russo também acusou o golpe na cabeça e ficou grogue por alguns segundos, antes de receber atendimento médico e prosseguir em campo sem maiores problemas.

Divock Origi marcou o gol da Bélgica (Foto: Divulgação/FIFA)

Quem teve muitos problemas durante a primeira etapa foi o lado esquerdo da defesa da Rússia. Autor do gol da virada belga na estreia, o ponta Mertens estava em outra tarde inspirada. Aos três minutos, recebeu um longo lançamento, dominou a bola dentro da área e chutou cruzado, em cima da marcação. Dez minutos depois, após uma bela jogada de Kevin de Bruyne, que carregou a bola da defesa para o ataque driblando a marcação, Mertens cruzou à meia altura, com perigo, e a zaga afastou da área.

O time russo estava acuado, mas, salvando-se defensivamente como podia, passou a encaixar razoáveis contragolpes. Como aos 11 minutos, quando Shatov foi acionado na ponta esquerda, puxou a bola para o meio, deixou três marcadores para trás e rolou para Victor Fayzulin finalizar. Bem colocado, o goleiro Thibat Courtois espalmou a bola no canto direito e evitou o gol, na primeira chance efetiva da partida.

A segunda jogada mais clara foi construída oito minutos depois pela Bélgica. Com Mertens. O atacante avançou pelo lado direito, limpou a marcação e chutou à esquerda da meta defendida por Igor Akinfeev. Três minutos mais tarde, novamente pela ponta direita, driblou Kombarov, já dentro da área, e chutou colocado, tentando encobrir Akinfeev. Seria um golaço, se a bola não tivesse saío pela linha de fundo após passar rente ao travessão.

A Bélgica era melhor no jogo, porém oferecia espaços para a Rússia chegar com perigo ao ataque. Aos 25 minutos, um lance polêmico gerou reclamações da torcida russa. O atacante Maksim Kanunnikov invadiu a área pelo bico esquerdo e caiu após receber contato por baixo de Toby Alderweireld. O árbitro deu sequência ao lance, e a defesa belga saiu imune. Assim como aos 28 minutos, quando Kanunnikov experimentou arremate da ponta esquerda e viu Courtois fazer outra boa defesa.

Dos dois lados, a melhor solução ofensiva era explorar os lados do campo. Na Bélgica, o centroavante Romelu Lukaku não conseguia ajeitar nenhum lançamento nem se desvencilhar dos zagueiros. Na Rússia, essa dificuldade era de Alexander Kokorin. Primeira a perceber isso, a seleção belga voltou a apostar em Mertens. Aos 35 minutos, ele colocou a bola entre as pernas de Kombarov, dentro da área, e bateu à meia altura, para defesa de Akinfeev. O ponta ainda provocou cartão amarelo ao ser atingido após uma tentativa de chapéu em Denis Glushakov.

O camisa 8 russo se queixou bastante com a arbitragem pela advertência recebida, mas respondeu bem pouco depois, quando a Rússia cresceu de produção no final do primeiro tempo. Depois de Fayzulin ficar com rebote de escanteio e chutar por cima de gol, Glushakov fez um cruzamento certeiro para o meio da área, onde estava Kokorin. Entre os dois zagueiros belgas, o atacante subiu e cabeceou à esquerda de Courtois, na última boa chance antes do intervalo.

A segunda etapa foi tão equilibrada quanto o final da primeira. Aos 12 minutos, Kokorin quase marcou de bicicleta. Na sequência da jogada, a Bélgica disparou para o campo de ataque e pediu pênalti de Sergey Ignashevich em Divock Origi, atacante que havia substituído o inofensivo Lukaku. Mas as melhores oportunidades estavam reservas para os momentos finais, depois de a torcida brasileira presente vaiar e brincar com gritos típicos do futebol nacional.

Aos 38 minutos, o atacante Kevin Mirallas acertou uma cobrança rasteira de falta na trave direita. Dois minutos depois, Hazard chutou à esquerda da meta. Aos 42, o camisa 10 fez outra grande jogada, desta vez para que finalmente o placar fosse inaugurado. Ele avançou pelo lado esquerdo, chegou à linha de fundo e atrasou para Origi bater de primeira, estufar a rede russa e garantir a segunda vitória da Bélgica na Copa do Mundo.

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