Com aumento de mortes, Capital terá 'feriadão' de 26 de março a 4 de abril

O prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou nesta quinta-feira que a Prefeitura de São Paulo decidiu antecipar cinco feriados municipais a partir de 26 de março e alterar o horário de funcionamento do rodízio de carros. As medidas são para tentar frear o avanço de casos e de mortes pela Covid-19. Nesta terça, a gestão municipal confirmou o primeiro óbito de paciente que não conseguiu atendimento hospitalar na cidade, por falta de vaga (leia mais abaixo).

De acordo com o anúncio desta quinta, serão antecipados para os dias 26, 29, 30 e 31 de março e 1° de abril os feriados de Corpus Christi de 2021 e 2022, da Consciência Negra de 2021 e 2022, além do aniversário de São Paulo de 2022.

Veja as datas dos novos feriados:

•26/03 - sexta-feira
•29/03 - segunda-feira
•30/03 - terça-feira
•31/03 - quarta-feira
•1°/04 - quinta-feira

Na coletiva, Covas explicou que a intenção com a medida é a de reduzir a circulação de pessoas pela Capital. "Vamos antecipar os dois feriados municipais que temos esse ano e os três municipais que temos em 2022 para que a gente possa reduzir a circulação de pessoas. Esses cinco feriados serão antecipados para os dias 26, 29, 30, 31 e dia 1°, juntando, inclusive, com o feriado nacional, que nós temos na sexta (2)", afirmou Covas.

Rodízio de madrugada
Covas anunciou também a mudança no horário do rodízio de veículos na cidade. A nova regra determina que o rodízio seja das 20h às 5h a partir de segunda-feira (22), para as placas finais 1 e 2. O novo horário do rodízio acompanha o horário do toque de recolher, das 20h às 5h.

A partir de segunda-feira, portanto, os horários tradicionais de rodízio, das 7h às 10h, e das 17h às 20h, estão liberados para qualquer placa de veículos.

Em maio do ano passado, a Câmara Municipal aprovou proposta de Covas com o objetivo de aumentar o isolamento social por meio de um "feriadão", com a antecipação de dois feriados: de Corpus Christi (11 de junho) e da Consciência Negra (20 de novembro), além de declararem pontos facultativos na cidade.

Morte sem atendimento
Mais cedo, nesta terça-feira, Covas concedeu entrevista à “GloboNews”, e confirmou a primeira morte por falta de leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade de São Paulo e disse ser inviável decretar um lockdown no município.

"Infelizmente já tivemos o primeiro caso, que aconteceu na zona leste da cidade de São Paulo, uma pessoa falecer sem conseguir atendimento na cidade de São Paulo. A gente vê, infelizmente, colapsando o sistema de saúde", disse Covas. De acordo com o prefeito, 395 pessoas aguardavam leito na Capital nesta quarta-feira.

A explosão de casos atinge também a rede privada da capital. Nesta semana, hospitais particulares pediram 30 leitos do SUS à Secretária Municipal da Saúde.

"Não há nenhum prazer pessoal em fechamento do comércio, em fechamento de parque, em restringir a circulação das pessoas. É uma necessidade que estamos tendo para que a gente possa restringir a circulação, não deixar os leitos chegarem a 100% de ocupação e poder tratar a todos", disse Covas.