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Santos

Números da Baixada Santista estimulam ato no Dia da Mulher em Santos

Estação Cidadania será palco de manifestação contra violência e pelos direitos, a partir das 17 horas

Carlos Ratton

Publicado em 08/03/2023 às 06:50

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Símbolo da Estação da Cidadania de Santos, relógio volta a funcionar no alto do prédio / Divulgação/PMS

Na Baixada Santista, somente no ano passado, 461 mulheres foram vítimas de estupro, sendo 354 de vulneráveis. No Estado de São Paulo, no mesmo período, a cada dois dias uma mulher foi vítima de feminicídio, um aumento de 69,2% e um total de 187 mortes. Em relação ao estupro, foram registrados mais de um por hora, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Segurança do Estado (SSP-SP).

No Brasil, os casos de feminicídio e ameaças não têm sido diferentes. Só no primeiro semestre foram 699 mulheres vitimadas, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em São Paulo, foram 75.248 denúncias, o que representa oito ocorrências por hora.

Segundo dados globais da Organização das Nações Unidas (ONU), 82% das mulheres já sofreram violência psicológica; 45% foram vítimas de ameaças e 20% de assédio sexual. No Brasil, relatório do Instituto Alziras revelou que 53% já sofreram violência política de gênero e 23% tiveram suas falas ou trabalho desmerecidos pelo fato de serem mulheres.

Esses números intoleráveis e assustadores foram mais do que suficientes para que hoje, Dia Internacional da Mulher, às 19 horas, na Estação da Cidadania de Santos (Avenida Ana Costa, 340, Vila Mathias), aconteça um ato contra a violência sob o tema "Mulheres nas ruas em defesa da democracia. Punição aos golpistas e racistas".

O encontro, cuja concentração começa às 17 horas, denuncia a redução de direitos e as lutas necessárias para manter a democracia e garantir a recuperação do País que está longe não é modelo em relação ao reconhecimento da importância das mulheres para a sociedade no Mundo.

Organizado pela Frente Feminista da Baixada Santista, o ato contará com a participação de mulheres artistas da região, com microfone aberto e espaço para que as mães tragam suas crianças. O evento não será lugar para atos fascistas, machistas, racistas e LBTfóbicos e antidemocráticos.

As palavras de ordem presentes na pauta das mulheres e as falas das representantes dos movimentos sociais, coletivos, sindicatos e partidos serão intercaladas com as apresentações culturais. Mulheres artistas da Cidade estarão colaborando com a reflexão sobre a vida das mulheres, a violência doméstica, o feminicídio, o estupro e a violência política.

MANIFESTO.

A Frente Feminista da Baixada Santista elaborou um manifesto que alerta que mulheres são resistência contra o fascismo e denunciam o retrocesso dos direitos da população, em especial das mulheres periféricas e negras. O documento também alerta que as mulheres são organizadas em seus territórios, nos movimentos sociais, em sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade.

Lembra ainda que as mulheres foram vitais na vitória do presidente Luís Inácio Lula da Silva e Lula, na derrota do fascismo e defesa da democracia, apesar de entenderem que ela só será plena quando garantir os direitos e a participação das mulheres e da classe trabalhadora nas decisões políticas e em todos os espaços da sociedade.

FUNDO SANCIONADO.

O Fundo Municipal da Mulher, um projeto de iniciativa do vereador Chico Nogueira (PT), foi sancionado na última segunda-feira (6), pelo prefeito Rogério Santos (PSDB). O objetivo é captar recursos, financiar programas, buscar a garantia dos direitos das mulheres, do combate à violência, além de proporcionar a integração e a capacitação profissional.

O Fundo será vinculado ao Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e administrado pela Secretaria Municipal da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos.

OITO DE MARÇO.

Vários protestos e greves já ocorriam na Europa e nos Estados Unidos desde a segunda metade do século XIX. A maioria deles reivindicava melhorias nas condições de trabalho nas fábricas e a concessão de direitos trabalhistas e eleitorais para as mulheres.

Em 1910, em Copenhague (Dinamarca), no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, Clara Zetkin, membro do PC Alemão, propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher (sem estipular uma data) para possibilitar que o movimento operário pudesse dar maior atenção à causa das mulheres trabalhadoras.

O incêndio de 25 de março de 1911 (onde 125 mulheres e 21 homens morreram queimadas num incêndio numa fábrica) viria a ser sugerido, nos Estados Unidos, como dia simbólico das mulheres como sugerido por Clara Zetkin. O movimento feminista e as demais associações de mulheres, em 08 de março de 1917, na Rússia, realizam uma primeira marcha por direitos.

A partir dos anos 1960, a comemoração do dia 8 de março já tinha se tornado tradicional, sendo oficializada pela ONU apenas em 1975, declarando o Ano Internacional das Mulheres, e o dia 8 como destinado a ações voltadas ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo.

É importante afirmar que o Dia Internacional da Mulher não foi criado por influência de uma tragédia, mas sim por décadas de engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua causa.

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