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Pré-candidato Eduardo Jorge cumpre 'agenda verde' no RioAécio busca nanicos por mais tempo no horário eleitoralInclusão de Suape em CPI foi retaliação, afirma CamposSTF determina soltura de presos na Operação Lava-JatoDelúbio recorre ao plenário do STF contra decisão sobre trabalho externoO pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou ontem (19) que a inclusão da investigação sobre obra no Porto de Suape, em Pernambuco, na CPI da Petrobras do Senado foi uma "retaliação" política. "É claro que o que visam é a retaliação. Mas estamos tranquilos porque Suape é bem gerido", disse o pré-candidato.
Instalada na quarta-feira passada e controlada pela maioria governista, a comissão parlamentar de inquérito do Senado incluiu nos trabalhos apurações com potencial para atingir adversários da presidente Dilma Rousseff na sucessão presidencial. A CPI vai investigar, além de negócios sob suspeita da estatal - como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos -, obra de dragagem em Suape paga pela Petrobras em parceria com o governo pernambucano - até abril comandado por Eduardo Campos. Também será investigado o afundamento da plataforma P-36 no governo Fernando Henrique Cardoso, aliado do pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves.
Em entrevista à rádio Bandeirantes de Campinas (SP), Campos se disse "completamente tranquilo" em relação à investigação da obra em Suape. "(Suape) é uma empresa estadual bem gerida, com suas contas aprovadas", afirmou o ex-governador. E repetiu que o que não pode acontecer é a investigação de Suape ou a possível investigação da CPI dos metrôs, que vai apurar suspeitas de formação de cartel em São Paulo e no Distrito Federal e teria potencial para atingir os tucanos, tirarem o foco da Petrobras.
‘Terrorismo’
Campos criticou o que ele chamou de "terrorismo eleitoral" relacionado ao fim do Bolsa Família. "O Bolsa Família tem sido usado como instrumento de terrorismo sobre os mais pobres para sustentar a presidente Dilma de modo artificial nas pesquisas. Ninguém vai acabar com o programa. O que faremos é aperfeiçoá-lo." Disse ainda discordar da gestão atual da Petrobrás e do uso da defasagem de preços da gasolina para controle da inflação. Campos afirmou que, num eventual governo, adotaria uma gestão da estatal com base em quatro princípios: a escolha de diretores por competência, a blindagem da empresa da corrupção, o cumprimento de planejamentos estratégicos e o estabelecimento de uma regra "clara" para os preços dos combustíveis. "Para os investidores confiarem num país, sua economia tem de contar com regras. E é isso que faremos", disse, sem detalhar como tais princípios seriam implementados,
Segundo Campos, o Brasil está vivendo o "tempo da farsa", no qual o governo vem "escondendo debaixo do tapete os reajustes de preços que terá de fazer nos combustíveis e na energia elétrica, e que só fará depois de passada a eleição". Perguntado se não era um contrassenso criticar um governo do qual até pouco tempo atrás fazia parte, Campos afirmou que o PSB tem identidade e personalidade próprias. "Saímos pela porta da frente."