X

Racismo

Sérgio Camargo chama Moïse de vagabundo e pode ser investigado por ofensas

No ofício enviado ao MPF, o procurador federal Carlos Alberto Vilhena afirma que causa desconforto a vítima ser tratada como vagabundo, dado que o crime supostamente ocorreu por uma dívida trabalhista do quiosque com o congolês

Folhapress

Publicado em 17/02/2022 às 16:04

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Segundo Camargo, "o brutal assassinato nada teve a ver com racismo! Moïse foi vítima da selvageria de pretos como ele" / Reprodução/ Redes Sociais

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão pediu ao Ministério Público de Brasília nesta terça (15) que apure a conduta do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, em relação às suas recentes declarações no Twitter sobre a morte do congolês Moïse Kabagambe.

Kabagambe foi espancado até a morte num quiosque de beira de praia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no início do mês. Segundo Camargo, "o brutal assassinato nada teve a ver com racismo! Moïse foi vítima da selvageria de pretos como ele".

Ainda segundo Camargo postou em uma rede social, "Moïse andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes".

O conglês foi alvo de 39 pauladas de taco de beisebol, tendo ficado imóvel a partir da 36ª, quando estava imobilizado por uma chave de perna. Três suspeitos foram presos após confessarem à polícia a autoria do crime.

No ofício enviado ao MPF, o procurador federal Carlos Alberto Vilhena afirma que causa desconforto a vítima ser tratada como vagabundo, dado que o crime supostamente ocorreu por uma dívida trabalhista do quiosque com o congolês.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.


Vilhena também diz que o presidente da Palmares facilitou a divulgação das ofensas, com seus posts para seus mais de 30 mil seguidores no Twitter, e pede a apuração das condutas de Camargo com o objetivo de possível responsabilização civil, criminal e administrativa dele.

Lembra ainda que a polícia fluminense disse a veículos de imprensa que o racismo estrutural está relacionado ao tema em questão –se não ao crime em si, ao menos à situacao de vulnerabilidade da vítima.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Praia Grande

Circuito Sesc de Artes acontecerá este mês em Praia Grande

Atividades de diferentes linguagens culturais ocorrerão gratuitamente

Bertioga

Na faixa! Sebrae Aqui Bertioga abre inscrições para vários cursos

As quatro formações serão em endereços diferentes

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter