19 de Maio de 2024 • 08:25
O que se pode esperar de um partido político que, das últimas seis eleições presidenciais, venceu duas e ocupou o segundo lugar nas outras quatro? No mínimo, o protagonismo tenaz e a liderança ativista na condução dos debates temáticos de interesse estratégico para o desenvolvimento do país.
Pois bem, desde a queda da presidente Dilma Rousseff a nação vem sendo pautada unicamente pelas controvérsias entre as reformas encaminhadas por Michel Temer em contraposição à “dialética amargurada” do realismo petista, enquanto os tucanos mantém-se prostrados, mirando o firmamento em contemplação ao contínuo espaço-tempo, onde a sequência dos eventos depende da localização em que se encontra posicionado o observador.
Diante desse horizonte de eventos, o PSDB permanece brindando a sociedade com discussões de relevâncias duvidosas, como a saída ou manutenção do senador Aécio Neves da presidência nacional da agremiação, ou a antecipação, ainda para esse ano, das prévias que definirão a candidatura ao palácio do planalto de 2018, como se a vitória eleitoral porvindoura, fosse algo predeterminado e irremissível.
Ainda promove reuniões com seus caciques, como aquela realizada em São Paulo no dia 10/07/2017, em que decidiram de maneira deliberativa e enfática que não era o momento para se decidir absolutamente nada.
A divisão da bancada durante a sessão que apreciava a aceitação ou rejeição da denúncia proposta pela Procuradoria Geral da República contra o chefe do poder executivo, quando vinte e um parlamentares optaram pelo “sim” e outros vinte e dois sufragaram a opção pelo “não”, passou a personificar a imagem mais bem acabada do que atualmente simboliza o PSDB para o restante da nação.
Em suma, um grupo fraturado, incapaz de olhar por cima do muro, e para além de suas fileiras encasteladas nos cargos das administrações públicas. Pois já faz algum tempo que os sociais democratas brasileiros perderam a referência do refinamento político e elegância intelectual de Fernando Henrique Cardoso, além das convicções, robustez e coerências de tantos outros líderes do passado.
Não compreenderam que a borda de um buraco negro é conhecida como um ponto de não retorno, no qual nem mesmo a luz pode escapar.
No instante em que o universo tucano incorpora o papel de coadjuvante na delineação da presente narrativa, qual seria o motivo fático para o eleitorado entregar-lhes posteriormente o papel de galã principal do enredo?
Deveriam saber na ocasião, que qualquer segmento representativo da sociedade que exista da autojustificativa de seus próprios interesses, reentrâncias e postulados, mesmo que inconscientemente, passará a construir os mecanismos necessários para a promoção das mudanças nos quadros dirigentes, que no futuro próximo serão os responsáveis por conduzir os desígnios da república. Assim foi na França, assim será no Brasil, assim caminha a humanidade.
Nilton Tristão é cientista político, diretor do Instituto Opinião Pesquisa e da GovNet S/A
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