X

Política

Para Lula, PSDB quer 'um pouquinho de desemprego'

O petista também afirmou que a estratégia para a reeleição de Dilma deve ser a polarização com Aécio Neves por meio de comparações entre os 11 anos de governo do PT e os oito do PSDB

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 16/05/2014 às 22:34

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (16), em evento com blogueiros e ativistas digitais em São Paulo, que o PSDB defende o aumento do desemprego como forma de combater a inflação. O petista também afirmou que a estratégia para a reeleição da presidente Dilma Rousseff deve ser a polarização com o tucano Aécio Neves por meio de comparações entre os 11 anos de governo do PT e os oito do PSDB.

"A nossa inflação está controlada há 11 anos, dentro da meta. E quem é economista aqui sabe que para controlar a inflação, para ficar baixa, tem que ter um pouquinho de desemprego. É isso que os tucanos querem, um pouquinho de desemprego", afirmou Lula." E nós não queremos", completou.

Lula classificou como "milagre" o governo manter a inflação dentro da meta apesar do nível de desemprego de 4,3%, o mais baixo da história. O discurso do ex-presidente confirma a estratégia usada no programa de TV do PT veiculado na quinta-feira, no qual o partido dizia que "não basta crescer nos números dos economistas, é preciso crescer na vida das pessoas" como forma de minimizar o impacto eleitoral de resultados negativos da economia no governo Dilma.

No discurso, Lula citou diretamente os tucanos duas vezes e desafiou os adversários a comparar resultados, inclusive no combate à corrupção. "Este governo certamente tem defeitos, como eu tive defeitos e todo mundo tem defeitos, mas o que nós temos que comparar somos nós com eles. Vamos comparar. Eu não tenho medo de comparar 11 anos em nenhuma questão com eles, inclusive na questão da corrupção", disse o ex-presidente. Lula insinuou que no governo tucano a sujeira era varrida para debaixo do tapete, voltou a defender punições a correligionários que cometam erros e defendeu o "orgulho" petista.

Lula disse que o PSDB defende o aumento do desemprego (Foto: Associated Press)

Preocupação

Apesar do tom de confiança, Lula admitiu que o momento político é preocupante para Dilma, em queda nas pesquisas. "Eu começo a me preocupar porque já vivi momentos como o que a gente está vivendo hoje, uma certa dispersão de vontades, um certo momento de diminuição de esperança, falta de perspectiva de um futuro melhor", disse. "E eu não acredito em política sem esperança, sem conseguir motivar as pessoas." De acordo com o ex-presidente, o motivo de preocupação está ligado ao fato de parte do eleitorado ser muito jovem para lembrar do Brasil pré-Lula. "Esse menino não tinha noção do que era o ‘mar de rosas’ dos tucanos", ironizou.

Para Lula, os mesmos setores que pensaram ter derrotado a presidente quando ela foi presa e torturada durante a ditadura hoje estão como "medo de Dilma" e, por isso, atacam a presidente de forma "virulenta". "Estão tratando (Dilma) com charges preconceituosas, com provocações e palavras. 'Criminosa’, como disse o Paulinho (deputado Paulo Pereira da Silva, do SDD-SP) no 1.º de Maio. Bater num metalúrgico, tudo bem. Apanhamos a vida toda. Mas a Dilma não é isso. A Dilma é até uma mulher fina, formada pela Unicamp. É uma mulher letrada", afirmou. A presidente, na verdade, não completou o mestrado em economia na Unicamp.

Em meio a blogueiros na maioria simpáticos ao PT, Lula elegeu a regulação dos meios de comunicação como prioridade de vida, distribuiu críticas à imprensa, mas disse que em vez de "chorar" os descontentes devem aproveitar os mecanismos existentes hoje para criarem seus próprios meio de comunicação. Lula comparou o momento atual às greves do ABC, quando os sindicalistas informavam os metalúrgicos por meio de panfletos.

Embora tenha reclamado da forma "truculenta" como Dilma tem sido tratada, Lula usou um tom agressivo ao reclamar da maneira como a "grande imprensa" se refere aos ativistas digitais. "Eu nunca imaginei que pelo fato de vocês serem como são sejam chamados de blogueiros sujos. É como se eles fossem limpos."

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Guarujá

Em pleno sabadão, PAT de Guarujá oferece 45 vagas de emprego

Pré-requisitos são imprescindíveis e os documentos indispensáveis

Santos

Santos tem melhor temporada de cruzeiros em 12 anos, com mais de 1 milhão de passageiros

Foi a segunda melhor temporada da história, com aumento de mais de 13% em relação a 2022/2023

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter