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Política

Lula sugere permanência do PT no governo até 2022

O ex-presidente petista repetiu o bordão que costuma usar e afirmou que "um complexo de vira-lata" permeou o País no século 20

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 04/12/2013 às 22:13

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu nesta quarta-feira, 4, que o PT possa permanecer no governo ao menos até 2022, no bicentenário da Independência. "Eu já estou pensando no Brasil de 2022, quando a gente completar 200 anos de Independência e a gente fizer uma comparação do que era esse Brasil. Aí, vai ser duro, Dilminha, vai ser duro quando a gente falar do Brasil que deixamos em 2022 e o que pegamos em 2020 (referindo-se a 2002)", afirmou.

A frase foi dita perto do fim do discurso no qual recebeu o 26º título doutor honoris causa, na Universidade Federal do ABC (UFABC), o primeiro concedido pela instituição, em São Bernardo do Campo (SP), quando Lula exaltava os ganhos sociais desde quando assumiu. A presidente Dilma Rousseff, presente no evento, é provável candidata à reeleição. Caso o desejo dele se concretize, o PT permaneceria no governo por pelo mais dois mandatos, incluindo o próximo dela.

O ex-presidente petista repetiu o bordão que costuma usar e afirmou que "um complexo de vira-lata" permeou o País no século 20. "Não sei por que meus adversários ficam tão incomodados quando digo 'nunca antes na história desse País'. É só provar que estamos errados", concluiu.

Mãe do PAC

Lula também fez vários elogios à presidente Dilma. Ele lembrou que Dilma foi chamada de mãe do PAC, ainda quando era ministra, e disse que a presidente "está preparando o País para um novo salto com medidas corajosas". Lula citou a geração de empregos - "só nesse ano foram 1,4 milhão de novos postos" - e citou os leilões de concessão de rodovias e do Campo de Libra, no pré-sal, como um exemplo de sucesso do governo. "O sucesso dos leilões reforça o interesse dos investidores externos no País", disse.

Lula na Universidade Federal do ABC, onde recebeu seu 26º título de doutor honoris causa (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

O ex-presidente também transformou parte do discurso da cerimônia em uma exaltação à política econômica adotada desde seu primeiro governo, em 2003.

Ele lembrou que assumiu com uma inflação em 12,5%, e o indicador caiu para 5,8%, com o indicador há dez anos na meta. "Combinamos uma política social ampla com valorização do salário. Aumento de consumo criou empregos e ampliou a produção num círculo virtuoso de crescimento". Segundo Lula, no auge da crise de 2009, "em vez de discuti-la, discutimos o que iríamos fazer e fizemos o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)", disse "Desde a crise, nenhum país no mundo manteve uma taxa de desemprego como a nossa", completou.

Universidade pública

O ex-presidente Lula aproveitou para criticar a falta de atenção de governos com a educação. "Em 1992 o então deputado professor Luizinho conseguiu a aprovação do projeto para a criação da universidade e três governos estaduais se sucederam sem a aprovação. No ano 2000, o governo federal rejeitou as propostas", disse ele, sem citar que os governantes mencionados eram do PSDB.

"Era um tempo que governos tratavam a universidade pública como um estorvo", completou. Lula lembrou que a UFABC só foi viabilizada em seu governo e considerou a universidade como "um exemplo de luta política porque mobilizou a sociedade".

Lula voltou a criticar, sem citar nomes, a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ter tirado da administração federal a responsabilidade pelo ensino técnico, passando aos Estados. "Houve um dia um governo que fez uma lei tirando a responsabilidade do governo federal pelo ensino técnico. Nós revogamos a lei, que é de 98 (quando Fernando Henrique presidia o Brasil) e voltamos a fazer escola técnica", disse.

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