04 de Maio de 2024 • 01:33
Educação
Danças, roupas, pinturas corporais, contos populares e músicas típicas lideraram a comemoração ao Dia da Consciência Negra na escola do Jardim Brasil
“Você já assistiu Carrossel? Tem um menino negro que sofria racismo quando era criança. Quando ele cresceu e ficou rico, todos queriam ser amigos dele. Aprendi na escola que isso é errado e que todos nós nascemos para ser amigos de todos, porque somos iguais”. Esse é o resumo do aluno, Nicolas da Fonseca, 9 anos, sobre o que ele aprendeu neste ano à respeito do dia da Consciência Negra – celebrado no último dia 20 – na Escola Municipal Professora Valéria Cristina Vieira da Cruz Silva (Rua Poeta Gregório de Matos, 25 – Morrinhos IV).
O aluno do 5º ano participou da apresentação “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena: Resgatando e Reconstruindo a Imagem da Criança Negra no Espaço Escolar”, realizada na última sexta-feira (22), na Unidade. A atividade encerrou o projeto Africanidades, que trabalha a identidade, cultura e história negra em sala de aula. A iniciativa contou com o apoio da Secretaria de Educação.
O evento começou com uma encenação e roda de capoeira com o grupo Capoeira Negra, do mestre Trovão. Em seguida, a turma do 5º ano, sob o comando da professora Márcia Ghalyella, encantou a platéia de alunos, professores e pais com suas fantasias típicas da África e danças tradicionais.
A encenação foi a última atividade do projeto da escola, que tem o objetivo de ensinar cultura e história afro-brasileira em sala de aula durante todo o ano. Seguindo as diretrizes da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira" no currículo da rede de ensino, o projeto aborda o tema de forma lúdica e envolve também os pais.
A professora fala da emoção ao ver o desenvolvimento do projeto. “Hoje, fico emocionada porque o projeto envolve alunos, professores e pais. Todos participam com prazer, independente de cor ou religião”, contou.
Para o diretor da Unidade, Nelson Harder, toda a atividade educativa foi também uma festa. “O intuito é comemorar o dia da Consciência Negra. É uma homenagem aos nossos irmãos. Uns sofreram muito e hoje estão ao nosso lado, lutando dia a dia”, disse. A atividade integrou o calendário da Semana Zumbi dos Palmares, realizada pela Prefeitura em parceria com o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra.
“Embora o calendário da rede municipal de ensino comemore a Consciência Negra no dia 20 de novembro, o tema é freqüente nas escolas de Guarujá desde o primeiro bimestre”, explica a secretária de Educação de Guarujá, Priscilla Bonini.
Segundo o coordenador de História e Geografia da Seduc, Romualdo Bellomusto, a história e cultura afro-brasileira estão contidas no conteúdo programático das escolas de ensino fundamental, conforme decreta a Lei Federal 10.639/03. “Todos os professores da rede municipal recebem o material no começo do ano e trabalham ao decorrer. As apresentações da Semana da Consciência Negra são apenas o produto final”, explicou Bellomusto.
Para o presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, Anderson Bernardes, trabalhar o tema na infância resultará na diminuição do racismo. “É difícil mudar a mente dos adultos que já têm preconceitos enraizados. E eu falo de todo tipo de preconceito. Mas, se acabarmos com isso logo na infância, teremos médicos, professores, cidadãos libertos de preconceito”, afirmou Bernardes.
Polícia
Ainda não há informações sobre as identidades dos dois cadáveres
Cotidiano
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), outras 17 mortes estão sob investigação.