26 de Abril de 2024 • 01:41
O presidente americano Donald Trump. / Michael Reynolds/EFE/Agência Brasil
Para o presidente americano, Donald Trump, os deputados democratas que querem investigar seus negócios e finanças são "doentes", em discurso em que também disparou críticas ao procurador especial, Robert Mueller, que apura a existência de uma interferência russa nas eleições de 2016.
Na conferência de ação política conservadora, realizada em Maryland, o republicano, que falou por pouco mais de duas horas, elogiou os deputados republicanos, Mark Meadows, da Carolina do Norte, e Jim Jordan, de Ohio, por combaterem o que o presidente chama de "caça às bruxas".
Nesta quinta (28), ambos entraram com um pedido para que o Departamento de Estado investigue Michael Cohen, ex-advogado do presidente, por cometer perjúrio no Congresso.
Em depoimento na quarta (27), Cohen acusou Trump de montar uma rede mentiras envolvendo seus negócios com a Rússia e pagamentos irregulares para silenciar uma ex-atriz pornô que diz ter tido um caso com o republicano.
"Então eles [os democratas] não têm nada sobre a Rússia, não há conspiração. Então agora eles vão e transformam nisso, 'vamos inspecionar cada negócio que ele fez'. Vamos atrás de suas finanças, vamos chegar seus negócios...essas pessoas são doentes", afirmou o presidente.
Ele disse ainda ter encontrado na sexta o democrata Adam Schiff, presidente do comitê de inteligência da Câmara dos Deputados."Nós fomos a um encontro e ele disse 'nós vamos olhar suas finanças'. Eu disse: 'de onde isso surgiu?' Vocês sempre falaram da Rússia, de conspiração com a Rússia, a ilusão de conspiração."
O presidente ironizou ainda as acusações de que teria pedido à Rússia para obter emails da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, adversária derrotada nas eleições de 2016. "Se você contar uma piada, se for sarcástico, se estiver ao vivo na televisão com milhões de pessoas, e se disse algo como 'Rússia, por favor, nos dê os emails da Hillary Clinton! Por favor, Rússia, por favor! Por favor, nos dê os emails!"
O público conservador presente riu e passou a pedir a prisão da democrata. "Eu estou rindo, eles estão se divertindo, e então a fake CNN e outros dizem: 'ele pediu à Rússia para conseguir os e-mails."
No discurso, Trump também criticou Mueller, sobre quem disse ser uma pessoa que "nunca recebeu um voto".
"A pessoa que indicou Robert Mueller [o subsecretário de Justiça Rod Rosenstein] nunca recebeu um voto", disse.
"Então o secretário de Justiça é fraco e pouco efetivo e não faz o que deveria ter feito."
O presidente afirmou ainda que vai assinar uma ordem executiva exigindo que as universidades apoiem a liberdade de expressão."Se eles [as instituições de ensino] querem nossos dólares e nós damos a eles bilhões, eles vão ter que deixar as pessoas falarem."
Trump vem de uma semana ruim. Na quarta, em depoimento marcado por embates com congressistas republicanos, Cohen acusou o presidente americano de mentir sobre negócios na Rússia durante as eleições e sobre pagamentos para silenciar mulheres com quem teria tido um caso.
Ele disse ainda que os procuradores federais de Nova York estavam investigando atividades criminais envolvendo o republicano e analisando conversas que Cohen teve com Trump ou aliados do presidente dois meses após o FBI (polícia federal) revistar propriedades ligadas ao ex-advogado, em abril de 2018.
No depoimento, Cohen afirmou que o presidente sabia que Roger Stone, conselheiro político de Trump, estava conversando com Julian Assange sobre a publicação de emails do Comitê Nacional Democrata que prejudicaram Hillary Clinton, adversária do republicano em 2016.
Na quinta, a segunda cúpula com o ditador norte-coreano, Kim Jong-Un, terminou sem acordo sobre o programa nuclear do país asiático.
No mesmo dia, o jornal The New York Times afirmou que o presidente teria ordenado que seu chefe de gabinete desse a mais alta credencial de segurança a seu genro e conselheiro, Jared Kushner.
A certificação garante acesso a documentos classificados como secretos e, no caso do genro de Trump, ultrassecretos, como briefings elaborados por órgãos militares para conhecimento do presidente.
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