X

Mundo

Projeto de lei francês multa em R$ 360 a cantada de rua

O objetivo do projeto é confrontar a 'zona cinza que compreende gestos, assobios, olhares insistentes ou observações obscenas', além do fato de se seguir uma pessoa

Folhapress

Publicado em 01/03/2018 às 14:10

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

 Deputados franceses apresentaram nesta semana um projeto de lei que visa punir a "verbalização do assédio de rua", ou seja, a cantada. 

Pela proposta, ficará sujeito a uma multa de 90 euros (cerca de R$ 360) a pessoa que fizer "qualquer proposta ou comportamento ou pressão de caráter sexista ou sexual" que atente contra a dignidade da pessoa em razão de seu caráter "degradante ou humilhante" ou que crie uma "situação intimidatória, hostil ou ofensiva", segundo reportagem do jornal francês Le Monde. 

O objetivo do projeto, diz o Le Monde, é confrontar a "zona cinza que compreende gestos, assobios, olhares insistentes ou observações obscenas", além do fato de se seguir uma pessoa. 

Nessas condições, a cantada não será considerada crime, mas uma contravenção. A necessidade de que a vítima preste queixa será dispensada. 

Se a multa não for paga de maneira imediata, o valor será alterado para 200 euros (R$ 790), no caso de pagamento após 15 dias, até um máximo de 750 euros (R$ 2.780) se passados dois meses. 

A nova lei se insere em um conjunto de medidas contra a violência sexual que a ministra da Igualdade de Gênero, Marlène  Schiappa, deve apresentar neste mês e que responde às pressões do movimento "Balance ton Porc" (denuncie seu porco), a versão francesa do Me Too, que deu vazão a que mulheres denunciassem assédios, estupros e outras formas de violência de maneira anônima. 

Entre as medidas que vão ser apresentadas estão a definição de uma idade de consentimento, a partir da qual as relações sexuais com um adulto podem ser consideradas legais, e o aumento do tempo de prescrição de crimes sexuais cometidos contra menores de 21 anos.

"Combater o assédio nas ruas é importante porque é o começo de um contínuo de violências sexistas", afirmou Schiappa, segundo o jornal espanhol El Pais. "Frear a pessoa que é violenta no espaço público é uma maneira de luta contra todo ato de violência sexual".

Segundo o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, enquanto a criminalidade se manteve estável no país no ano passado, "as violências contra as mulheres aumentaram de maneira exponencial e se tornaram um dos principais problemas da nossa sociedade". 

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Baixada Santista confirma sétima morte por dengue

A vítima é uma mulher de 49 anos, que morreu no último dia 3

Santos

Pacientes com câncer estão tendo cirurgias suspensas em Santos

Denúncia foi feita pela vereadora Audrey Kleys (Novo) durante a 22ª Sessão Ordinária da Câmara de Santos nesta terça-feira (23)

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter