X

Mundo

Javier Milei suspende propaganda oficial e corta 34% dos cargos públicos

Anúncio foi feito nesta terça-feira (12) pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, em entrevista coletiva, que agora ocorrerá diariamente

JÚLIA BARBON - Folhapress

Publicado em 12/12/2023 às 19:20

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Então candidato, Milei se referiu a veículos de mídia públicos, os quais quer privatizar, como "ministério da propaganda encoberto" / Reprodução

O novo presidente Javier Milei vai suspender a propaganda oficial em meios de comunicação da Argentina por um ano, seguindo o que prometeu durante sua campanha. O anúncio foi feito nesta terça-feira (12) pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, em entrevista coletiva, que agora ocorrerá diariamente.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Então candidato, Milei se referiu a veículos de mídia públicos, os quais quer privatizar, como "ministério da propaganda encoberto".

Seu porta-voz afirmou ainda que a redução de cargos federais será de 34%, mas não soube dizer com precisão quanto será economizado, já que os contratos e nomeações acabam de começar a ser revisados. A conta se refere ao corte de 18 para 9 ministérios, de 106 para 54 secretarias e de 182 para 140 subsecretarias.

"O objetivo é fazer o impossível no curtíssimo prazo para evitar a catástrofe", declarou Adorni, dizendo que os funcionários que não queiram fornecer informações sofrerão as "sanções correspondentes", sem detalhar quais. A intenção é também verificar eventuais "contratações irregulares" feitas no último ano pela gestão de Alberto Fernández.

Na segunda (11), o porta-voz já havia informado que o governo começará a exigir 100% de presença desses empregados no escritório e que "o emprego militante acabará", expressão pela qual foi questionado. "É o emprego que todos sabemos que nasce por questões políticas, de caixa e de campanha. [...] É preciso acabar com essa lógica de ver como normal coisas que não são", respondeu.

Ele também repetiu a frase "dentro da lei tudo, fora da lei nada" ao ser indagado sobre como serão tratadas manifestações maciças contra os cortes, já agendadas para os dias 19 e 20 por sindicatos e "piqueteiros" —um conjunto de organizações de esquerda que usa o fechamento de ruas como forma de protesto desde a década de 1990.

Esses dias marcam 22 anos da renúncia do ex-presidente Fernando de la Rúa, após protestos violentos que tomaram o país na crise econômica, política e social de 2001.

"A liberdade de expressão não se negocia. A liberdade de expressão está garantida dentro da República Argentina", disse Adorni. Sobre os programas sociais, afirmou que "ninguém vai deixar de ajudar quem precisa". "Isso não vai ocorrer nesta etapa na Argentina porque entendemos a gravidade da situação."

O novo pacote de reformas econômicas de Milei é o anúncio mais esperado pelo país no momento. A divulgação ocorreria nesta segunda, mas foi adiada para esta terça, feita por meio de um vídeo gravado pelo ministro da Economia, Luis Caputo.

Sindicatos reagiram às falas de Adorni. "Quando falam em emprego militante, são palavras que já ouvimos antes. Tentam fazer um disciplinamento que facilite os cortes. Se pretendem espalhar medo e temor, queremos dizer que não conseguirão", afirmou Rodolfo Aguiar, secretário-geral da ATE Nacional (Associação de Trabalhadores do Estado), um dos maiores e mais antigos do país.

Ele disse ainda que "a maioria dos governos, ao assumir o poder, afirma que revisará os contratos" e que "todos os trabalhadores que conhece desempenham funções na administração pública nacional há anos", citando que os funcionários federais totalizam cerca de 200 mil pessoas.

"Se não for uma desculpa para promover a demissão de milhares de trabalhadores, e se for verdade que vão procurar pessoas que recebam salários sem trabalhar, nós os acompanharemos nessa busca e seremos os primeiros a denunciá-los", completou. À espera dos anúncios econômicos, o sindicato convocou uma reunião na quinta (14) para definir seu "plano de luta".

No domingo, horas depois de tomar posse, Milei assinou uma série de decretos, entre eles o que prevê a redução de ministérios e outro que altera a regra sobre nepotismo definida pelo ex-presidente Mauricio Macri, agora seu aliado político. Isso permitiu que ele nomeasse sua irmã caçula Karina como secretária-geral da Presidência.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

EDUCAÇÃO

Rogério vai propor a Lula que Instituto Federal seja no Escolástica

Prefeito tentou transformar espaço em escola cívico-militar durante Governo Bolsonaro, mas proposta não teve êxito

Praia Grande

Circuito Sesc de Artes acontecerá este mês em Praia Grande

Atividades de diferentes linguagens culturais ocorrerão gratuitamente

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter