05 de Maio de 2024 • 09:14
Embora pareça novo, o procedimento de harmonização facial já é feito há pelo menos 20 anos, segundo a dermatologista Taciana Dal’Forno Dini / Belchonok
Olhar-se no espelho e apontar os problemas no rosto, quem nunca? Uma correção no nariz, nas mandíbulas, sinais entre os olhos, rugas... há diversos procedimentos estéticos que podem ser utilizados para essas correções, e um deles, que vem chamando a atenção, é a harmonização facial.
Embora pareça novo, o procedimento já é feito há pelo menos 20 anos, segundo a dermatologista Taciana Dal’Forno Dini, coordenadora do Departamento de Laser e Tecnologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Ou seja, não é nenhuma novidade. Ele utiliza uma substância chamada ácido hialurônico, que é aplicada sob a pele para elevar os sulcos e rugas mais profundas, modelar a face, aumentar o queixo, melhorar o formato do nariz, das olheiras e preenchimento dos lábios.
O ácido em si não é nada fora da realidade: é produzido pelos mamíferos, humanos inclusos, de forma natural. Ele preenche os espaços entre as células e, com o passar dos anos, sua quantidade no corpo vai diminuindo – é aí que aparecem as rugas e marcas de expressão. A harmonização facial usa esse ácido, produzido em laboratório, para recompor essas áreas. Ele é aplicado na pele por meio de injeções. “É uma terapia de reposição de uma substância que já possuímos no corpo”, explica à Gazeta de S. Paulo.
Diferente do ácido produzido pelo corpo, o que é utilizado no procedimento leva mais algumas substâncias, que alongam sua vida útil. Mas, ainda assim, o efeito dura entre seis meses e um ano. Outro detalhe é a quantidade de aplicações necessárias para se ter o efeito desejado, pode ser uma ou várias. “Depende do que o paciente deseja e da avaliação médica. No meu ponto de vista, devemos sempre pensar em resultados naturais sem exageros. Quanto menor o número de ampolas utilizadas, melhor o resultado, e mais natural fica o tratamento”, explica Dini.
Antes de realizar a harmonização, o paciente precisa passar por uma avaliação médica e verificar se há alguma doença que possa causar complicações lá na frente. “Infecções por bactérias, fungos, herpes, foliculite [infecção que acomete os pelos do corpo], celulite [infecção do tecido embaixo da pele] precisam ser tratadas previamente”, adverte. Uma vez liberado o procedimento, uma pomada anestésica é aplicada na região para diminuir a dor.
É importante sempre procurar um médico especialista em procedimentos estéticos desse porte, para que ele faça a aplicação do ácido com segurança – as complicações decorrentes de uma má aplicação são graves. “Durante o processo, o produto pode ser colocado por acidente em um vaso [artéria ou veia], e provocar necrose na região. Há registros na literatura médica de acontecer até um acidente vascular cerebral por conta disso”, avisa.
Depois do procedimento, limpar bem o rosto é um dos cuidados mais importantes, e o paciente pode apresentar alguns efeitos colaterais, como vermelhidão, hematomas e inchaço, mas ele deve prestar atenção se aparecerem outros sintomas. “Ele deve verificar se há secreção, dor na região dos olhos, que podem ser devido a complicações”. Nesses casos, o médico que realizou a harmonização deve ser consultado para avaliar o que aconteceu e tratar o problema – assim, dá parar aproveitar os efeitos de um procedimento bem feito e ter um rosto mais harmonioso.
E o Botox?
O ácido hialurônico e o Botox são utilizados para harmonização facial, mas o modo de ação é diferente. O ácido faz o preenchimento dos espaços causados pelas rugas, por exemplo, e modela o rosto. Já o Botox, por ser uma toxina que paralisa o músculo, suaviza as rugas, as marcas entre os olhos e levanta o olhar. O Botox também é utilizado em pessoas que transpiram muito em algumas regiões do corpo, em casos de enxaqueca e bruxismo (ranger os dentes ao dormir).
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