07 de Maio de 2024 • 13:15
Saúde
O projeto “Hepatite C - Quebre o silêncio” está percorrendo o Brasil com testes gratuitos para pessoas entre 35 e 65 anos ou que apresentem fator de risco para a doença
Números alarmantes demonstram o cenário de infecção pelo vírus da hepatite C no mundo: cerca de 90% dos infectados só a descobrem quando o problema já está muito avançado. No Brasil, a situação não é diferente, estimativas mostram que há aproximadamente 3 milhões de pessoas infectadas, cerca de metade delas não sabe que é portadora do vírus.
Para incentivar o diagnóstico precoce da hepatite C, a Campanha “Hepatite C - Quebre o Silêncio” vai realizar testes rápidos gratuitos entre os dias 02 a 06 de dezembro, na Casa de Hepatite de Santos. O resultado sai em apenas 10 minutos.
Equipes especializadas estão preparadas para fazer o teste em pessoas entre 35 e 65 anos, e que apresentem fatores de risco para a doença, por exemplo, aquelas que receberam uma transfusão de sangue ou similares antes de 1993, fizeram alguma cirurgia de grande porte ou tratamento para problemas renais, como hemodiálise, profissionais da saúde e usuários de drogas. A faixa etária também é fator importante para realização do teste. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle de Doenças recomenda que nascidos entre 1945 e 1965 façam o teste de detecção, pois nessa faixa há maior prevalência de infectados.
A hepatite C representa a principal causa de transplantes de fígado no país. Mundialmente, mais de 500 milhões de pessoas estão infectadas com os vírus das hepatites B ou C – um índice 10 vezes maior do que o número de portadores do HIV/Aids. O objetivo da campanha é “quebrar o silêncio” de uma doença que pode ficar até 20 anos no organismo sem se manifestar e contribuir para o rastreamento da infecção – um grande desafio da área de saúde pública no Brasil.
A doença
O vírus HCV, causador da hepatite C, é transmitido pelo contato com sangue contaminado. As formas mais comuns de contágio são o uso de agulhas e seringas compartilhadas e a manipulação de materiais contaminados que cortem ou perfurem a pele, como lâminas, bisturis e alicates.
Cerca de 90% dos infectados não sabem que estão com a doença e só descobrem quando o problema já está muito avançado, podendo apresentar quadros graves como cirrose ou câncer no fígado.
Fatores de risco
Usuários e ex-usuários de drogas que compartilhavam agulhas ou instrumentos para uso de drogas inalatórias, ex-atletas que dividiam medicamentos com seus companheiros (como injeções de energéticos, vitaminas e outros), têm maiores chances de estarem com o vírus da hepatite C. Além disso, todas as pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993, inclusive transplantados, podem estar infectadas. Antes dessa data, não era possível se detectar o vírus da hepatite C no sangue das doações. Quanto mais precoce for o diagnóstico dos pacientes com hepatite C, maiores são as chances de cura com o tratamento adequado.
Cerca de 20% dos infectados eliminam o vírus espontaneamente. Entre os 80% restantes, cerca de dois terços podem se recuperar se tratados corretamente.
Serviço
Campanha “Hepatite C. Quebre o Silêncio”
Data: 02 a 06 de dezembro
Horário: 08h às 17h
Local: Casa da Hepatite de Santos, na Rua Goiás, 27, Boqueirão, Santos.
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