05 de Maio de 2024 • 14:05
Quando se fala na saúde dos olhos, é comum que as pessoas conheçam algumas doenças que acometem o órgão, como miopia, astigmatismo, catarata, glaucoma, entre outras. Mas o que muita gente não sabe é que o olho também pode ser acometido por câncer.
O Dia Nacional de Combate ao Câncer, comemorado no próximo dia 27, é um alerta para que a população passe por consultas regulares e assim, caso um tumor maligno seja diagnosticado precocemente, o paciente tenha mais chances de cura.
De acordo com o oftalmologista da Clínica Unilaser, em Santos, e professor de Residência Médica em Oftalmologia do Hospital Ana Costa, Dr. Fabiano Bojikian Ciola, o tumor maligno mais comum entre os adultos é o melanoma de coróide, cuja incidência geral é de 5 a 7,5 para cada 1 milhão de pessoas por ano em países do ocidente.
"A coróide é uma camada pigmentada e vascularizada, situada no fundo do olho entre a esclera e a retina. Por normalmente não apresentar sintomas, o diagnóstico costuma ser feito em exames de fundo de olho, nas consultas de rotina. Quando há sinais da doença, o paciente apresenta queda de visão, presença de pontos luminosos ou perda de campo visual", alerta o especialista.
O tratamento varia de acordo com o tamanho do tumor e outros fatores, como idade do paciente, saúde no geral, localização da lesão e visão do olho afetado. "Em pequenas e médias lesões, a opção mais utilizada é a braquiterapia ocular (radiação direta no tumor) de forma isolada ou em conjunto com a laserterapia. A enucleação, que é a retirada do globo ocular, é restrita aos casos mais graves quando há invasão do nervo óptico e perda irreversível da visão útil", observa Ciola.
Este tipo de câncer é considerado invasivo, já que apresenta grandes chances de produzir metástase e levar à morte. Sua causa ainda é desconhecida, mas existem evidências de que pessoas de etnia branca, idade avançada e quantidade de nevos (pintas, manchas) na coroide estão mais propensas a desenvolver esse tipo de tumor.
Retinoblastoma
Outro tipo de câncer ocular é o retinoblastoma, o mais comum na infância. Mesmo assim é raro, com incidência de 1 para 17 mil nascidos vivos. Seu surgimento se dá a partir das células da retina (membrana sensível à luz) e pode aparecer de duas formas: hereditária (cerca de 40% dos casos) e não hereditária (60%).
Por ser um tumor que costuma se manifestar em crianças com até 3 anos, é extremamente importante que os pais fiquem atentos a qualquer sinal. O aparecimento de um reflexo branco nos olhos da criança, que podem ser observados em fotografias com flash, é a forma de apresentação mais comum (60%). Outro sinal que serve como alerta é o estrabismo, já que em 20% dos casos aparece como indicador de retinoblastoma.
"A suspeita diagnóstica pode ser feita já no consultório do pediatra pelo Teste do Olhinho, ou Teste do Reflexo Vermelho, para saber se a retina se encontra saudável. Porém, apenas o mapeamento de retina possibilita a confirmação do tumor", observa o oftalmologista da Clínica Unilaser, Fabiano Ciola.
Assim como outros tipos de câncer, o tratamento dependerá do tamanho da lesão, podendo ser feito com laser, quimioterapia, radioterapia ou nos casos mais graves, a remoção do globo ocular, com possibilidade de implante de prótese.
Neoplasias palpebrais
As pálpebras também não estão livres do câncer. Cerca de 10% dos casos de carcinoma basocelular (tipo de câncer de pele) acometem essa região dos olhos. Os fatores de risco para o aparecimento da doença são: pele clara, inabilidade para se bronzear e exposição excessiva à luz solar.
O tumor surge mais frequentemente na pálpebra inferior. Apesar de apresentar crescimento invasivo local, raramente causa metástase. Há outros cânceres que afetam as pálpebras como o carcinoma de células escamosas, carcinoma de células sebáceas, ceratoacantoma, sarcoma e melanoma.
As suspeitas diagnósticas são feitas em consultório, por meio de uma biomicroscopia, onde se observa o aspeto da lesão. A finalização do diagnóstico só é feito após uma biópsia. Nestes casos, o tratamento mais eficaz é a remoção cirúrgica, que pode ser seguida de reconstrução plástica da pálpebra afetada. Quimioterapia e radioterapia raramente são necessárias.
São Vicente
Imunização de crianças e adolescentes contra o HPV está baixa no estado de SP
Tarcísio veta projeto de ampliação na prevenção do vírus HPV dentro de escolas estaduais
Ministério Público investiga médica por alegações falsas sobre vacina de HPV
Cotidiano
O alto fluxo de veículos é apontado como o responsável pelo problema
São Vicente
Agentes de trânsito estarão no local, reforçando a sinalização