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Saúde

Mordidas de cachorro em crianças: tratamento e cirurgia

A experiência dos autores destaca que os pitbulls são a raça mais comumente envolvida nas lesões mais graves

Carlos Ratton

Publicado em 05/11/2017 às 19:30

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As mordidas de cães são lesões comuns e potencialmente graves em crianças / Divulgação

As mordidas de cães são lesões comuns e potencialmente graves em crianças. Os cirurgiões plásticos de um centro de trauma pediátrico descrevem a abordagem recomendada para o tratamento adequado e para a cirurgia em crianças vítimas de mordidas complexas de cães em artigo publicado no Plastic and Reconstructive Surgery - Global Open, jornal médico oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

Segundo os autores, crianças com lesões provocadas por mordidas de cachorros grandes precisam de cuidados mais imediatos, num hospital de trauma pediátrico, a fim de otimizar o curso da hospitalização e o resultado final do tratamento. A experiência dos autores destaca algumas características importantes das mordidas complexas de cães em crianças, incluindo a descoberta de que os pitbulls são a raça mais comumente envolvida nas lesões mais graves.

Características e abordagem de tratamento

O estudo incluiu 108 crianças com mordidas complexas de cães atendidas no Centro de Trauma Pediátrico - Nível 1 (dos autores) durante 2012-14. Os pacientes eram 61 meninos e 47 meninas, com idade entre 5 meses e 18 anos; a maioria estava na faixa etária entre pré-escola e ensino médio. Quase 60% das crianças tiveram lesões na cabeça e no pescoço, enquanto cerca de 30% tiveram lesões nos braços, mãos, pernas ou pés.

“O tratamento incluiu encerramento da ferida na sala de emergência, em cerca de 39% das crianças; na maioria dos casos, a consulta com cirurgiões plásticos e outros especialistas é necessária. Outros 21% dos pacientes necessitam de cirurgia no centro cirúrgico, às vezes, com enxertos de pele ou outros procedimentos reconstrutivos. Cerca de 27% das crianças foram internadas no hospital após o tratamento inicial. Nove pacientes exigiram hospitalização prolongada de quatro dias ou mais, mais comumente por causa da infecção”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, (CRM-SP 62.735), diretor do Centro de Medicina Integrada.

Informações sobre as raças de cães mordazes estavam disponíveis em 56 casos. Os pitbulls eram a raça mais comum, representando 48% das feridas. Outras raças comuns era pastores alemães, e dentre os cachorros pequenos, os terriers.

“A cirurgia foi necessária em cerca de metade das lesões causadas por pit bulls, três vezes maior do que a taxa para outras raças. Das nove crianças que necessitaram de hospitalização prolongada, seis foram mordidas por pit bulls”, explica Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A natureza penetrante e esmagadora dessas mordidas pode levar a deformidades ao longo da vida. Com base na própria experiência de atendimento desses casos, os pesquisadores descreveram um conjunto de diretrizes para o tratamento de mordidas complexas de cães em crianças. Eles dividiram as lesões em quatro grupos, com tratamento orientado pela gravidade da lesão. Nas duas categorias mais graves (lacerações complexas ou perda completa de tecido), recomenda-se admissão hospitalar e cirurgia.

Há algumas limitações no estudo, incluindo a falta de informações sobre a raça de cães em cerca de metade dos casos. Os pesquisadores também observam que seu centro de trauma provavelmente atende mais pacientes com lesões complexas causadas por cachorros maiores.

 “Além das lesões potencialmente graves que necessitam de atenção médica, os autores apontam que as crianças correm o risco de sofrer com efeitos psicológicos e emocionais derivados das mordidas de cães. É de extrema importância buscar cuidados em centros médicos que possuam serviços de trauma, cirurgia e apoio psicológico”, destaca o diretor do Centro de Medicina Integrada.

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