05 de Maio de 2024 • 02:58
O vírus do Ebola deixou de ser um problema apenas da África Ocidental para se tornar, também, uma ameaça a toda a humanidade conforme avaliaram nesta quarta-feira algumas autoridades dos Estados Unidos. Até agora, apenas cinco países foram atingidos pela doença - Libéria, Serra Leoa, Guiné, Nigéria e Senegal - mas há a expectativa de que ela se espalhe para outras partes do mundo.
"O Ebola está se alastrando de maneira mais rápida do que estão conseguindo controlar os profissionais de saúde", disse Tom Kenyon, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Ainda assim, Kenyon afirmou que o mundo possui as ferramentas necessárias para conter o surto, basta colocá-las em prática. "É preciso abrir mais centros de tratamento", declarou, acrescentando que tem negociado com a África o envio de mais médicos e enfermeiros.
Para ele, a saída é tomar as medidas que foram adotadas em outros casos de surtos de doença, como isolar os doentes, monitorar os sintomas e enterrar com cuidado as vítimas fatais. Vacinas e tratamentos experimentais não estariam disponíveis a tempo de fazer alguma diferença, completou.
A diretora do Conselho Nacional de Segurança dos EUA e assistente especial do presidente Barack Obama, Gayle Smith, declarou que "isso não é uma moléstia africana. O vírus é uma ameaça a toda a humanidade". Já foram infectadas cerca de 3 mil pessoas, das quais metade acabou morrendo.
Nos EUA, há a expectativa de que um terceiro médico norte-americano contaminado pela doença na África vá ao país para se tratar, no entanto, o médico que supervisionou o tratamento dos dois primeiros afirmou nesta quarta-feira que ainda não sabe qual será o futuro do paciente. "Eu não acredito que o local para onde ele vai já esteja decidido", disse o Dr. Bruce Ribner, chefe da unidade de doenças infecciosas do hospital universitário de Emory, em Atlanta.
Segundo a organização SIM USA, que tem feito trabalhos humanitários no continente africano, o médico contraiu o vírus do Ebola na Libéria e já está isolado. Ele atua como obstetra. A missionária Nancy Writebol, de 59 anos, e o médico Kent Brantly, de 33, também foram infectados no país e tiveram alta depois de serem tratados no hospital universitário de Emory.
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