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'Quem sobrevive em Santos, sobrevive em qualquer lugar', afirma presidente da Marimex

Em 47 anos de dedicação ao cais, Antonio Carlos Fonseca Cristiano testemunhou muitas metamorfoses e, agora, se prepara para investir R$ 300 milhões

Nilson Regalado

Publicado em 26/01/2024 às 07:05

Atualizado em 26/01/2024 às 09:50

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Crítico do modelo de desestatização do Porto na década de 1990, Caio lamenta que Santos tenha tido pouca representatividade política / Igor de Paiva/DL

Quando a Companhia Docas de Santos (CDS) foi extinta, em 1980, e o Porto passou a ser controlado pela estatal Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Antonio Carlos Fonseca Cristiano acompanhou a transição. Era o fim de uma saga, uma história de 94 anos. Logo, os contêineres invadiram o costado, diminuindo a demanda pelo trabalhador braçal. 

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Em 1997, a Codesp deixou definitivamente as operações. E Antonio Carlos viu tudo de perto. Em 47 anos de trabalho, foram muitas as metamorfoses no Porto. Agora, com a experiência acumulada ao longo de sete décadas de vida, mas com o olhar faiscante de um menino, Antonio Carlos se prepara para investir R$ 300 milhões em novas instalações para sua Marimex – Inteligência Portuária em Logística Integrada.

“Quem sobrevive no Porto de Santos, sobrevive em qualquer lugar”, resume o executivo, que emprega 1.300 funcionários, administra uma área alfandegada com mais de 100 mil metros quadrados, tem uma frota própria de 300 caminhões e desembaraça 5% de todos os contêineres que transitam pelos portos brasileiros, recolhendo R$ 4 bilhões em impostos federais a cada ano.

Caio, como ele é conhecido pelos funcionários e clientes, se viu obrigado a assumir sozinho os negócios do pai aos 27 anos, ainda na década 1970: “Tive de arregaçar as mangas e aprendi a ser homem. Sempre disputei mercado, mas nunca pisei em ninguém. Hoje, o cliente que está conosco sabe que temos solução para tudo. O cliente precisa vir aqui e virar santista. Me esforço 100%”.

Nessa jornada, o engenheiro e administrador ressalta, com reverência, a memória da CDS, tão importante para o desenvolvimento da Cidade e de seus moradores: “A Companhia Docas de Santos dava lucro. De 11 mil funcionários que ela tinha, hoje não tem nem mil. Eram 200 quilômetros de trilhos no Porto, hoje são só 100”.

Crítico do modelo de desestatização do Porto na década de 1990, Caio lamenta que Santos tenha tido pouca representatividade política. Isso, na avaliação do presidente da Marimex, dificultou na correção de rotas ditadas por Brasília: “Os deputados federais passam por aqui, mas pouco conhecem sobre Porto. E, para corrigirmos uma ideia mal vendida, leva tempo. É triste”.

“MINHA VIDA VAI MUDAR”.

Depois de décadas ocupando uma área alfandegada com espaço equivalente ao de dez campos de futebol, entre a Bacia do Mercado e a Bacia do Macuco, Caio foi convocado a ‘ajudar’ o Porto de Santos.

E, em 31 de agosto de 2023, o empresário assinou a permuta dessa área por outra, na entrada da Cidade. A mudança permitirá a construção da chamada ‘pera ferroviária’, que facilitará a manobra dos trens no cais santista.

Em troca, a Marimex recebeu uma área um pouco menor, mas Caio não se importa. Com ânimo de adolescente, ele já entrou no imóvel cedido à empresa, onde erguerá um novo terminal. O investimento previsto: R$ 300 milhões.

A obra deve ficar pronta só no final de 2026. No pacote, um armazém em ferro fundido e aço, erguido em 1892, que Caio terá de restaurar: “Não tem uma ferrugem. Precisa ver que coisa bonita...”.

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