X

ANIVERSÁRIO

Santos 478 anos: Dique da Vila Gilda é um dos focos para 2024, afirma prefeito

Rogério Santos diz que obras vêm na vanguarda de seus planos, mas o Centro também será pauta neste ano

LG Rodrigues

Publicado em 26/01/2024 às 07:05

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Prefeito afirma que transporte hidroviário pode e precisa amadurecer na rotina dos moradores santistas / Nair Bueno/DL

De olho na habitação e no avanço do mar que deve afetar a Baixada Santista de maneira severa nos próximos anos, o prefeito Rogerio Santos (Republicanos), em conversa com o Diário do Litoral para comentar sobre o aniversário de 478 anos, falou sobre quais obras ele mais almeja finalizar ainda neste ano e também a respeito do processo de valorização do Centro, bem como a respeito da expectativa pelo fim das obras do Veículos Leve sobre Trilhos (VLT).

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Diário do Litoral - Qual a obra mais desejada para entregar neste ano?

Rogério Santos - Meu coração é dividido em dois, mas estão no mesmo lugar. A entrega da primeira policlínica do Dique da Vila Gilda e começar a obra do Parque Palafitas. Os dois são no Dique, e por quê? As pessoas muitas vezes classificam o Dique da Vila Gilda, de uma forma, como a maior favela de palafitas do Brasil, o que é verdade, mas ali são pessoas. Ali tem um espírito de comunidade. Tanto é que você tem as várias comunidades: Caminho da Divisa, Última Ponte, Dali Capela, Caminho São José, Caminho São Sebastião, Vila Telma, enfim. Então é muito mais do que palafitas, na verdade, são pessoas com esperança, pessoas que querem ter acesso a tanta coisa. E aí você vê ali no Dique, temos ali o Arte no Dique, temos um Restaurante Bom Prato, e agora terá a primeira Policlinica. E o Parque Palafitas significa algo inovador em habitação no Brasil. É um modelo de habitação que no Brasil, regularizado, não existe e existe no mundo todo, existem resorts, hotéis que são em palafitas estruturados. E para Santos, para a Baixada Santista é significativo. Primeiro que nós temos carência de áreas, então qualquer área aonde a gente possa fazer habitação de comunidade é importante. Segundo, a partir do momento que você mantém as pessoas lá, você mantém o sentimento de comunidade. É lógico que é um processo onde a gente desloca pessoas para unidades habitacionais, não no Dique, mas outra parte você mantém através dessas palafitas estruturadas. Nós vamos usar metodologia que é usada nos terminais portuários, estaqueamento e laje. É assim que é um atracador e em cima dessa laje, que a gente pode chamar de quarteirão, serão colocadas casas pré-fabricadas. Então a gente já tem a área cedida pelo SPU, a gente já tem o compromisso do governador, inclusive com o processo bem adiantado dos recursos para fazer essa primeira etapa e a gente já tem a parceria com a Sabesp para fazer o saneamento básico, ou seja, vai servir de exemplo para o Brasil todo porque a gente tem uma população ribeirinha que vive em áreas de invasões.

DL - E o Centro de Santos?

RS - Não se dá de uma virada de chave tão rápido assim, eu acho que a grande virada de chave do Centro foi a conquista do Parque Valongo, porque ele trouxe expectativas e mostrou que algo que era tão distante, tão difícil e tão desejado, mas que não se concretizava, aconteceu, está acontecendo. Então a partir disso as pessoas acreditam. O que a gente vê hoje já são alguns imóveis particulares fazendo retrofit, já é realidade, aqui na Augusto Severo também deve inaugurar em março, nós temos ali do lado da OAB, nós temos outros 4 retrofit de imóveis particulares já em andamento de processo a partir do exemplo que a prefeitura falou: “eu vou fazer o retrofit” e a gente está fazendo. Um outro fato importante foi a valorização dos festivais aqui no Centro, quando a gente valorizou ainda mais o Natal criativo, quando a gente faz a Vila de Natal aqui no Centro, ligando a Praça Mauá, chega ali no Valongo. Quando a gente faz um Festival Geek, que é o maior do Brasil, 90 mil pessoas, quando a gente faz o Festival de Imigrantes, que vem gente de fora, aqui a Festa Portuguesa, a gente faz grandes eventos aqui no Centro e isso dá um impulso, né? E esse ano, 2024, a gente tem dois grandes projetos. A chegada do VLT, que vai impulsor mais ainda as moradias, e a construção de 1.080 unidades por uma empresa particular, que vai construir ali, em frente às Torres da Petrobras, essas 1.080 unidades que terão quadra polisportiva, comércio e isso é muito positivo. E também agora, no aniversário da cidade, eu vou lançar um projeto chamado ‘Casa Santista’ onde eu vou dar subsídios aos movimentos de moradia. Os movimentos de moradia, eles têm uma expectativa muito grande da casa própria e existem o ‘Minha Casa, Minha Vida’, existe o ‘Casa Paulista’ e a Prefeitura vai entrar com o subviso do Casa Santista com uma regra muito clara. Primeiro a questão da trava do salário mínimo, aquelas pessoas que mais precisam para movimentos de moradia, mas o imóvel tem que ser no Centro. Vamos ajudar no sonho da casa própria, desde que seja no Centro. E por que isso? Porque isso vai desenvolver a cidade de Santos como um todo, vai revitalizar uma área tão nobre e se a gente entender, se a gente olhar a realidade do Centro, aqui você tem saneamento básico, você tem rede elétrica, você tem rede de dados, telefonia, você tem as ruas calçadas, ao contrário de muitas Cidades onde muitas vezes não tem, tem que fazer o pavimento você tem que fazer tudo e aqui já tem. Então é inconcebível a gente não ocupar o Centro.

DL - E como fica a reabertura do Coliseu?

RS - O Coliseu é uma das marcas da cidade de Santos, tombado, e isso requer uma manutenção constante e tem um agravante, ele fica muito próximo da Avenida Perimetral e aos trilhos do trem. Não tenha dúvida que isso causa um dano constante por conta da trepidação no Coliseu. São obras complexas e esse ano a gente comemora 100 anos no Coliseu e a gente vai fazer uma entrega parcial. O custo de se fazer um restauro num prédio imenso daquele é muito alto e a gente está fazendo a fachada, está fazendo a parte inteira, mas por exemplo, você tem o urdimento do palco, iluminação, cênica, as cortinas, que são cortinas que tem que ter o padrão histórico, mas tem que ser anti-chamas. Só essa partezinha final, de alguns detalhes, custa mais de R$ 10 milhões. E aí quando você tem uma cidade inteira com tantas necessidades, escolas, unidades de saúde, você acaba tendo que equilibrar. Aquilo que é importante, a cultura e o patrimônio histórico, são importantíssimos, mas a gente vive momentos, tivemos momentos da pandemia, por exemplo, o primeiro ano de governo, onde não teve jeito, o mundo todo priorizava os recursos humanos, os recursos financeiros, para atender as pessoas com vacina, com atendimento médico, com UTI, não teve jeito. Então o governar é priorizar. O Coliseu é euma prioridade. cultura, mas a gente não consegue disponibilizar de uma hora para outra R$ 40 milhões para de repente você restaurar ele todo em uma vez. Então a gente vai fazer em etapas, a gente buscou muito parcerias com empresas, a gente não conseguiu finalizar essa proposta, a gente avançou bastante, até com leis federais, mas não conseguimos totalizar com que isso fosse feito através da iniciativa privada, através de leis de incentivo. Então o poder público está fazendo, mas está fazendo em etapas.

DL - Há uma expectativa de ter transporte marítimo por meio dos modal hidroviário recém anunciado? Ligando, por exemplo, Centro a Ponta da Praia?

RS - E Área Continental. A gente tem que lembrar que o pessoal da Área Continental, pra chegar a Santos, se for por rodovia, passa, no mínimo, por mais uma cidade pra chegar de novo em Santos. A gente usar a hidrovia para turista é pontapé inicial para criar uma cultura de transporte diferente. O uso do transporte público tem a ver com a questão cultural. Aqui na Baixada nós não estamos acostumados com transporte hidroviário. Quantas pessoas trabalham entre cidades? Várias. O polo industrial de Cubatão, por exemplo, quantos ônibus saem daqui para trabalhar lá e depois voltam, não dá para ir por hidrovia? Lógico que dá. Sim. Mas as pessoas não vislumbram isso, mas por quê? A gente tem que usar a multimodalidade de mobilidade urbana. O Parque Valongo vai ter um atracadouro de pequenas embarcações. Por exemplo, eu vou poder chegar no aeroporto do Guarujá, no futuro, de Santos, por lancha, como é feito, por exemplo, em Veneza. Você chega no aeroporto, você tem que pegar uma lancha para chegar ali na parte histórica de Veneza. Esse atracadouro também, a gente vai fazer passeios turísticos, inclusive interligado com o terminal que a gente tem na ponte de Edgar Perdigão, então você vai pegar o turista de praia e de repente trazer ele para o turismo histórico, cultural, a gente vai poder fazer passeios pela Baixada pelas três cidades da nossa região, Cubatão, Guarujá, Bertioga, onde tem os fortes, tem a natureza, mas principalmente as visitas à Área Continental, onde a gente tem um atracadouro na Ilha Diana, a gente vai fazer no Caruara e agora investimentos de R$ 12 milhões no DADE para a gente fazer o Portinho do Caruara. Vai ser um atracador, um mirante e ali os boxes de peixe com gastronomia. Então é todo o planejamento da cidade como um todo.

DL - 2024 vai ser um ano pautado pelo avanço do mar?

RS - A gente já prepara. São duas coisas que acontecem na cidade de Santos. Primeiro, as mudanças climáticas. Tivemos no dia de hoje em Belo Horizonte, tem acontecido no Rio de Janeiro, ano passado no litoral norte. Aqui em Santos mesmo, na Baixada de Santista, em 2020, nós investimos mais de R$ 130 milhões em obras de contenção em áreas de morro para diminuir os riscos. Pegamos todas as áreas de maior risco e foram feitas obras grandiosas de infraestrutura para evitar deslizamentos. Em relação à praia, o aumento do nível do mar é inegável, mas temos mais um movimento, que é a dragagem do porto. E sabemos que se o Porto de Santos não atingir uma profundidade de 17 metros, o Porto de Santos, com o tempo, deixa de ser viável e isso abala a economia brasileira, isso abala a economia da cidade. A gente fez o Geobags no governo anterior como um modelo, funcionou, mas precisamos avançar ainda mais e agora a autoridade portuária, em parceria com a Prefeitura, está contratando um estudo para ver quais obras são necessárias para evitar, para conter essa perda da praia. Então as mudanças climáticas, e o aprofundamento do Porto, são temas que a gente já vem tratando ao longo do tempo em Santos, a verdade, mas que agora, com essa proximidade de resolver problemas históricos do porto de Santos, vai ter que ter investimento em estrutura. Então vem aí o túnel submerso, mas é necessário que se faça também uma proteção para a praia e para as estruturas urbanas na Ponta da Praia.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Rodovia dos Imigrantes tem lentidão na descida ao litoral na manhã deste sábado

O alto fluxo de veículos é apontado como o responsável pelo problema

São Vicente

São Vicente sofrerá interdições por conta de obras da Sabesp; veja as datas

Agentes de trânsito estarão no local, reforçando a sinalização

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter