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Política

PT tem dificuldade de encontrar estratégia para conter Bolsonaro

Por enquanto, a ordem no QG do petista é antecipar os ataques ao capitão reformado

Folhapress

Publicado em 03/10/2018 às 20:55

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Pesquisas recentes mostram diferença de dez pontos ou mais entre Bolsonaro e Haddad / Agência Brasil

A campanha de Fernando Haddad (PT) ainda não conseguiu elaborar uma estratégia para reagir ao avanço da onda conservadora em apoio a Jair Bolsonaro (PSL). O temor dos petistas é que o discurso econômico com apelo ao eleitor mais pobre -defendido por parte deles como o trunfo nesta reta final- não seja suficiente para frear a escalada de rejeição ao candidato do ex-presidente Lula.

Por enquanto, a ordem no QG de Haddad é antecipar os ataques ao capitão reformado, previstos inicialmente apenas para o segundo turno, já que uma possível derrota na primeira fase da eleição começou a ser vislumbrada por alguns petistas.

Após as pesquisas recentes mostrarem diferença de dez pontos ou mais entre Bolsonaro e Haddad, uma espécie de operação de emergência foi colocada em curso para que o candidato de Lula chegue de fato ao segundo turno.

O medo do PT é que essa tendência de alta do capitão reformado carregue outros setores da sociedade e estimule uma enxurrada de voto anti-petista a quatro dias do primeiro turno.

Só a partir de domingo (7), de acordo com o resultado da votação, os principais assessores de Haddad dizem que será possível traçar um cenário mais claro para o eventual confronto direto com Bolsonaro.

Segundo o Datafolha divulgado nesta segunda (2), Bolsonaro subiu quatro pontos desde a semana passado e chegou a 32%, seguido por Haddad, que tinha 22% e agora aparece com 21%.

Em um eventual segundo turno, os dois estão tecnicamente empatados: Bolsonaro cresceu de 39% para 44% e Haddad oscilou de 45% para 42%. A rejeição do petista, porém, disparou de 32% para 41%, ante 45% do candidato do PSL.

Diante do quadro, os assessores de Haddad elegeram pelo menos três "fatores determinantes" para o crescimento bolsonarista: 1) forte onda do voto evangélico contra o petista, intensificada por fake news divulgadas nas redes sociais, segundo eles, por apoiadores de Bolsonaro; 2) perda de votos entre o eleitorado historicamente lulista, como pobres e nordestinos; 3) migração rápida de setores do PSDB que estavam com Geraldo Alckmin e agora já embarcam na candidatura do PSL, visto que o tucano não deslanchou.

Aliados de Haddad reclamam da estrutura do PSDB nos estados, principalmente no sul e sudeste, que já trabalham há dias pelo capitão reformado.

Nesta quarta (3), o candidato do PT acusou, pela primeira vez de forma direta, a campanha de Bolsonaro de distribuir nas redes sociais informações "falsas e vulgares" contra sua família para prejudicá-lo na corrida presidencial.

"Isso está acontecendo nos últimos dias, sobretudo relacionado ao público evangélico, que cultiva valores que nós também cultivamos", afirmou Haddad em São Paulo. "A quantidade [dessas mensagens] está nos assustando", completou, apesar de, publicamente, ainda afastar a possibilidade de o adversário vencer no primeiro turno.

Desde a semana passada, importantes líderes evangélicos, como o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e o pastor José Wellington, presidente da Assembleia de Deus - Ministério Belém, declararam voto em Bolsonaro. O candidato do PSL também recebeu apoio da bancada ruralista e a indicação de que a Confederação das Associações Comerciais do Brasil endossará seu nome até o fim da semana, como informou o Painel.

Bolsonaro abriu vantagem em relação aos adversários, mas ainda não se aproximou de uma vitória em primeiro turno. Por enquanto, o cenário é considerado improvável, mas pode mudar na reta final, caso o capitão reformado consiga esvaziar seus rivais e passar dos 38% dos votos válidos que tem hoje, segundo o Datafolha, para 50% até domingo.

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