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Política

PSDB tem histórico de vices com pouco voto

A escolha tardia do vice na chapa do PSDB repete a eleição de 2010, quando a decisão também ficou para a última hora

Publicado em 28/06/2014 às 19:24

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em dar pistas até para os aliados mais próximos, o pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), vai anunciar amanhã, 30, no prazo limite, o nome do seu colega de chapa na corrida pelo Palácio do Planalto. Após escolhas que pouco agregaram em votos, o PSDB busca um candidato a vice-presidente que rompa o fracasso eleitoral das três últimas disputas presidenciais.

A escolha tardia do vice na chapa do PSDB repete a eleição de 2010, quando a decisão também ficou para a última hora. Na ocasião, a legenda chegou a oficializar o nome do senador tucano Alvaro Dias. Por pressão do DEM, Dias acabou sendo trocado pelo então deputado Indio da Costa (RJ). Naquela eleição, Indio, hoje no PSD, repetiu o desempenho de outros vices tucanos e não conseguiu levar dividendos eleitorais expressivos para o candidato da chapa.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, nas eleições de 2002, 2006 e 2010, a média da votação dos Estados que são as bases eleitorais dos vices foi menor do que a votação alcançada nacionalmente por José Serra e Geraldo Alckmin - os candidatos tucanos à Presidência. Houve só uma exceção, no segundo turno em 2002, quando a vice de Serra era Rita Camata. Na ocasião, a votação da chapa no Espírito Santo - base eleitoral da vice - foi superior à de Serra em nível nacional.

Em 2010, por exemplo, com Indio da Costa como vice, a chapa encabeçada por Serra terminou em terceiro lugar no primeiro turno no Estado. "O vice extraordinário é aquele que não tira votos", resume o coordenador da campanha de Aécio no Nordeste e vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô (DEM).

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse que Aécio tem usado o tempo para tomar "a decisão certa na hora certa". "O partido vai se definir na prorrogação."


A escolha tardia do vice na chapa do PSDB repete a eleição de 2010, quando a decisão também ficou para a última hora (Foto: ABr)

Meirelles

Aliados do mineiro no PSDB e na coordenação da campanha dizem que ele tem centralizado a escolha do nome e privilegiado um princípio: seu vice não pode causar dificuldades. Após o PSD ter oficializado o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o nome dos sonhos do tucano foi descartado: o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. A tendência é que seja fechada uma chapa "puro-sangue", mas acertos de última hora com outras siglas não estão descartados.

As três opções mais comentadas são o líder do partido no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), o ex-presidente do partido Tasso Jereissati e a ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie. Só houve pesquisa qualitativa em relação ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para medir a rejeição dos eleitores ao ex-presidente tucano.

Os demais não chegaram a ser avaliados em pesquisas semelhantes, apenas em conversas do comando da campanha.

Eleito com 11 milhões de votos em 2010, Aloysio Nunes é visto na campanha como um combativo parlamentar na defesa do legado do governo Fernando Henrique, atuação que rende elogios até de petistas.

No núcleo duro, contudo, há o receio de que o líder do PSDB tenha de dar explicações sobre dois fatos: em primeiro lugar, a citação no escândalo do cartel dos trens em São Paulo, embora o Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República, tenha isentado Aloysio Nunes por não haver elementos mínimos para abrir inquérito.

Aloysio também poderá ser questionado sobre sua amizade com o engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) em São Paulo, suspeito de ser o arrecadador de dinheiro de caixa 2 para campanhas tucanas.

Considerado a "opção Nordeste" - região em que as pesquisas apontam baixa intenção de voto em Aécio -, Tasso Jereissati voltou a ser cotado para o cargo de vice. A ideia é que o ex-governador cearense ajude a melhorar o desempenho para o presidenciável na região, que desde 2002 se tornou reduto eleitoral de Lula e Dilma. O ex-presidente do PSDB é tido como o mais independente do trio.

Ellen Gracie, por sua vez, filiou-se ao partido no ano passado e é o nome mais semelhante ao perfil "Marco Maciel" - o vice de Fernando Henrique Cardoso que, nos dois mandatos, passou despercebido.

Por nunca ter concorrido a um cargo eletivo, a ex-presidente do Supremo daria ao tucano a maior liberdade de ação política. Contudo, a avaliação é que, dos três nomes mais cotados, ela é quem menos votos poderia garantir ao mineiro.

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