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DEMOCRACIA

Lula diz que discursos no TSE sobre democracia 'constrangeu' Bolsonaro

Petista concedeu entrevista à rádio Rádio Super 91.7 FM, de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira

Folhapress

Publicado em 17/08/2022 às 13:00

Atualizado em 17/08/2022 às 14:29

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Lula afirmou que a cerimônia foi um "ato da civilidade" / Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na terça-feira (16) foi um recado pela democracia e que o "constrangimento" do presidente Jair Bolsonaro (PL) era "visível".

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"Cada discurso que falava um pouco de democracia era visível a cara de constrangimento dele [Bolsonaro]. Compreendo esse comportamento dele porque ele passou o tempo inteiro desaforando a Justiça Eleitoral, desacreditando as urnas eletrônicas, tentando desmoralizar as instituições. E ontem foi um ato de fortalecimento do estado democrático de direito no Brasil", disse Lula.

O petista concedeu entrevista à rádio Rádio Super 91.7 FM, de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (17). Lula realizará o primeiro comício de sua campanha, na cidade mineira, nesta quinta (18).

Na cerimônia na terça (16), enquanto Alexandre de Moraes era ovacionado durante fala em defesa do sistema eleitoral, Bolsonaro apenas acompanhava a cerimônia e não aplaudiu o ministro

Como a Folha de S.Paulo mostrou, o ministro fez um discurso com diversos recados ao chefe do Executivo. Exaltou o fato de o TSE ser capaz de divulgar o resultado das eleições no mesmo dia em que os eleitores vão aos colégios eleitorais devido às urnas eletrônicas e elogiou seu antecessor, Edson Fachin, que protagonizou diversos embates com Bolsonaro.

Na entrevista, Lula afirmou ainda que a cerimônia foi um "ato da civilidade" que deu um recado ao Brasil de que as pessoas querem um processo eleitoral limpo.

"Que a gente possa fazer debate democrático na televisão e na rádio e que os resultados das eleições sejam respeitados por todos", afirmou.

Lula disse também que Bolsonaro não conversou em nenhum momento com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que estava sentado ao seu lado – e que isso, na avaliação do petista, é um sinal de que ele estava incomodado.

O petista afirmou que ele, por sua vez, conversou com os ex-presidentes José Sarney (MDB) e Michel Temer (MDB).

"Em nenhum momento ele trocou uma palavra com ele. É uma coisa estanha, porque você estando numa solenidade, sentado na mesa, você conversa com as pessoas ao lado. Eu conversei com o Sarney, com o Temer, afinal a gente estava sentado juntos. Ele não conversou numa demonstração que estava muito inquieto, muito incomodado."

O ex-presidente afirmou ainda que a cerimônia "cheirava a democracia, a liberdade, ao respeito às urnas e a luta contra a fake news". "Ele estava incomodado porque foi um ato contra quase tudo que é o comportamento dele."

Lula disse ainda que Alexandre de Moraes saiu "efetivamente muito, muito fortalecido" do ato, assim como a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas, que "saíram com muito mais respeitabilidade".

Na entrevista desta quarta (17), ao ser questionado sobre como tentará atrair o voto evangélico, Lula afirmou que ele não é candidato de uma "facção religiosa", mas, sim, do povo brasileiro. Ele também disse que não quer fazer uma "guerra santa" no Brasil nem "estabelecer rivalidade entre as religiões".

"Quero tratar todas as religiões, inclusive a de matriz africana, com o respeito que todas devem ser tratadas."

"Quero conversar com o cidadão e com a cidadã independentemente de religião. Não quero ser unanimidade, nem Jesus Cristo conseguiu isso. Quero obter a maioria do voto do povo brasileiro para fazer uma governança tranquila neste país", disse.

O petista afirmou também que ele não faz campanha religiosa e que não usa o nome de Deus em vão, "como algumas pessoas usam".

No dia anterior, Lula fez seu primeiro ato oficial de campanha em frente à fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP). Nele, o petista afagou evangélicos e afirmou que o presidente Bolsonaro está tentando manipulá-los.

Ainda na entrevista desta quarta, o ex-presidente voltou a falar que irá reestabelecer o valor do Bolsa Família em R$ 600, que irá reajustar a tabela do imposto de renda e que é preciso "começar a cobrar imposto de renda de lucro e dividendos, que não se paga neste país".

"Será inexorável a necessidade de fazer um debate sobre uma nova política tributária para o Brasil".

Ao final da entrevista, ao ser questionado sobre a avaliação que ele tem sobre a Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente afirmou que foi uma "bobagem" fazer a lei "tal qual ela foi feita".

"Você muitas vezes pune uma pessoa e três meses depois ela adquire o direito de ser candidato outra vez. É preciso a gente dar uma rediscutida na Lei da Ficha Limpa."

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