X

Política

Lula convoca PT e PMDB do Ceará para ajustar palanque

Uma primeira conversa ocorreu na segunda-feira, 27, em São Paulo com o vice-presidente do PT, deputado federal José Guimarães (CE), que pretende disputar uma vaga para o Senado

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 28/01/2014 às 21:02

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Preocupado com o possível racha entre o PT e o PMDB no Ceará, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem conversando com os líderes dos dois partidos numa tentativa de manter a aliança e asfixiar, no Estado, a candidatura de adversários da presidente Dilma Rousseff.

Uma primeira conversa ocorreu na segunda-feira, 27, em São Paulo com o vice-presidente do PT, deputado federal José Guimarães (CE), que pretende disputar uma vaga para o Senado. "Conversei do tensionamento com o PMDB, o que de certa forma é natural da política", disse Guimarães ao Broadcast Político. "O Lula me pediu empenho para manter a aliança no Ceará", acrescentou.

Em jogo está a disputa por 5,8 milhões de eleitores registrados no Estado na última disputa presidencial, quando Dilma conquistou 66,3% dos votos na região durante o primeiro turno. Em 2010, o PT e o PMDB rumaram juntos no Ceará com a candidatura à reeleição do governador Cid Gomes, que no final do ano passado migrou do PSB para o PROS, após o racha de Eduardo Campos, presidente do PSB, com o PT.

A manutenção desta aliança para o próximo pleito é o que está no radar de Lula. Ela não está garantida uma vez que o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, quer o apoio dos outros dois "aliados" para lançar a candidatura ao governo. O impasse está no fato de que o peemedebista não consta na lista de indicação de Cid Gomes. O governador avalia atualmente os nomes do presidente da Assembleia Legislativa, José Albuquerque; do ex-ministro dos Portos, Leônidas Cristino; do deputado estadual Mauro Filho; e do vice-governador Domingos Filho.

Lula vem conversando com os líderes dos dois partidos numa tentativa de manter a aliança (Foto: Beto Nociti/Futura Press)

Caso se confirme o lançamento de um nome do PROS ao governo do Estado, a tendência é que o PT siga junto e abandone o PMDB. "Continuo na mesma linha de manter a aliança e trabalhar pela candidatura da presidente Dilma. Mas se não for possível [a aliança], a conversa é outra", afirmou o senador Eunício Oliveira.

O peemedebista tem encontro marcado com Lula na próxima quinta-feira, 30, em São Paulo. Na bagagem, ele pretende levar o histórico da última eleição em que recebeu 2,6 milhões de votos para o Senado, número superior ao do governador Cid Gomes, que foi reeleito com 2,4 milhões de votos. Além do desempenho eleitoral, Eunício quer tentar convencer Lula a apoiá-lo apresentando as últimas pesquisas que o mostrariam na frente na disputa estadual.

Cientes das dificuldades de Lula em romper com Cid Gomes, os possíveis adversários de Dilma no próximo pleito vêm intensificando nos últimos dias uma aproximação com Eunício. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que deverá disputar a Presidência da República, teria ligado na semana passada para oferecer a cabeça de chapa no Estado para o peemedebista numa aliança em que Tasso Jereissati (PSDB) se candidataria ao Senado.

O presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que também deve disputar o Planalto, também teria sinalizado em conversas recentes com o senador o interesse na aliança PMDB-PSB para disputar contra o nome indicado por Cid Gomes. Campos e Cid romperam no final do ano passado quando este deixou o PSB por ser contra à candidatura do governador de Pernambuco à Presidência da República.

Uma aliança com o PMDB também é vista como estratégica pelos opositores de Dilma, uma vez que ela poderia garantir um tempo maior de propaganda eleitoral em rádio e TV para a campanha presidencial de Aécio e Campos no Estado.

Caso rume para esse desfecho, os dois adversários de Dilma também ganhariam um aliado que comanda atualmente a maior bancada do Senado.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Sétima Arte

Nossa Louca Resistência representará a Baixada Santista no Flipoços

Passado e presente do antigo Anchieta são retratados na obra 

Santos

Empregos formais continuam aumentando em Santos

Números do emprego formal em Santos deste ano acompanham a tendência de alta registrada em 2022 e 2021

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter