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Bolsonaro pode viajar a países árabes ainda no primeiro semestre, diz chanceler

Durante sua visita oficial a Israel no início desta semana, o presidente anunciou a abertura de um escritório comercial do Brasil em Jerusalém

Folhapress

Publicado em 04/04/2019 às 20:00

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A política de aproximação do governo Bolsonaro com Israel tem gerado desconforto / Agência Brasil

O ministério das Relações Exteriores está preparando uma agenda de visitas do presidente Jair Bolsonaro a países árabes que pode ser realizada ainda no primeiro semestre, informou nesta quinta-feira (4) o chanceler Ernesto Araújo.

"Temos a intenção de preparar visitas presidenciais a países-chave daquela região", disse Araújo, quando perguntado pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) se o presidente da República planejava realizar visitas oficiais a nações árabes.

Araújo, que participou nesta quinta de uma audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, não adiantou quais países seriam visitados, mas disse que a intenção é passar por nações que sejam os "principais parceiros" do Brasil. Destacando que a agenda ainda não está fechada, ele citou a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos como destinos que podem estar no roteiro da viagem.

No mundo árabe, os principais parceiros comerciais do Brasil são Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Omã.

A política de aproximação do governo Bolsonaro com Israel tem gerado desconforto entre as nações árabes, grandes importadoras de proteína animal brasileira e que, na sua maioria, se alinham ao pleito dos palestinos na disputa territorial com os israelense.

Durante sua visita oficial a Israel no início desta semana, Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório comercial do Brasil em Jerusalém.

Embora seja um recuo em relação à promessa de Bolsonaro durante a campanha, de transferir a embaixada brasileira para a cidade disputada entre israelenses e palestinos, o gesto incomodou países árabes.

Tanto a Autoridade Palestina quanto o movimento radical islâmico Hamas criticaram a abertura do escritório comercial em Jerusalém.

A maior preocupação, principalmente do setor do agronegócio, é que o alinhamento a Israel no conflito do Oriente Médio gere retaliações dos países e consumidores árabes de carne brasileira.

Entre as nações árabes, o governo Bolsonaro tem se aproximado especialmente dos Emirados Árabes Unidos.

Em 15 de março, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, xeique Abdullah bin Zayed Al Nahyan, viajou a Brasília e se reuniu tanto com o chanceler Araújo quanto com o presidente Bolsonaro.

Internamente no Itamaraty, a proximidade entre o governo Bolsonaro e os Emirados Árabes Unidos tem sido utilizada para rebater as críticas de que a política de aproximação com Israel pode gerar prejuízos na relação do Brasil com os países árabes. O governo também está interessado nos investimentos que o país do Golfo Pérsico pode aportar no Brasil.

Os Emirados Árabes, por sua vez, são adversários históricos do Irã e têm pressionado o Brasil a adotar uma postura mais crítica aos iranianos nos fóruns internacionais.

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