Operação Saturação combate o crime em Praia Grande

Com o objetivo de reprimir a criminalidade em Praia Grande, uma operação conjunta, denominada Saturação, realizou dezenas de apreensões e prisões no município. A principal detenção foi a de um adolescente acusado de envolvimento em ao menos dois latrocínios (roubos seguidos de morte).

No final da tarde de ontem, os resultados da blitz foram apresentados na Prefeitura de Praia Grande pelo delegado Aldo Galiano Júnior, diretor da Polícia Civil na Região. O prefeito Alberto Mourão (PSDB) e o subcomandante da PM em Praia Grande, João Alves Diniz Neto, também comentaram os resultados da operação.

A ação policial, que ocorreu entre as 6h e as 18h de ontem, mobilizou 250 agentes, 50 viaturas e dois helicópteros. O saldo final da operação deverá ser divulgado hoje. Na noite de ontem os dados ainda estavam sendo computados, conforme informou o diretor da Polícia Civil.

Galiano Júnior informou que a operação foi planejada com antecedência e visou “mais qualidade do que quantidade (de capturas)”.

Policiais civis, militares e guardas municipais iniciaram a blitz no bairro Caieiras. Ao longo dos trabalhos, todos os bairros da Cidade foram percorridos. Dez mandados de prisão foram cumpridos e ao menos 174 pessoas foram abordadas.
Galiano Júnior informou que o adolescente envolvido em latrocínios teve participação no crime que vitimou o guarda civil de São Bernardo do Campo Alan Alves do Santos, assassinado na casa onde morava, na Vila Caiçara, no último dia 7.

O delegado destacou também a detenção de um adolescente envolvido com o tráfico, no Caieiras, em local de difícil acesso. Mais de 130 porções de drogas foram apreendidas nessa ação.

Para o subcomandante da PM em Praia Grande, “a operação vai trazer para a cidade uma diminuição efetiva dos acontecimento negativos”.

A operação Saturação será realizada em outras cidades da Região nos próximos meses, conforme informou Galiano Júnior.

Receptação

Durante a apresentação dos resultados da blitz, o prefeito Alberto Mourão ressaltou a importância de se combater a receptação de peças automotivas roubadas e furtadas, entre outros objetos que são subtraídos por assaltantes.

“Não dá mais para tolerar a receptação. Se ninguém hoje comprasse nada que não tivesse uma nota fiscal, 90% dos furtos e roubos não aconteceriam”, afirmou o chefe do Executivo.

Redução da  maioridade penal

O delegado Aldo Galiano Júnior reiterou ontem que é alta a participação de adolescentes em delitos graves como roubos, latrocínios e tráfico de entorpecentes.

Defensor da redução da maioridade penal, ele criticou a decisão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado que  rejeitou, em fevereiro, a proposta que permitiria ao Judiciário condenar à prisão menores de 18 e maiores de 16 responsáveis por crimes hediondos.  “A gente começa a enxugar gelo. É impossível um menor com internet, com acesso aos meios de imprensa, não saber que matar para roubar é crime. Eu não concebo essa ideia”.