Modesto aprova primeira reunião e não teme assédio por Robinho

Durante o treino da equipe no CT Rei Pelé, o presidente do Santos deu as caras e conversou com a imprensa

22 MAI 2015 • POR • 18h39

Na quinta-feira, Robinho falou grosso. Cobrou salários atrasados e disse que era o Santos que deveria ter pressa em acertar sua renovação contratual. E o reflexo foi imediato. Nesta sexta-feira, o clube quitou a dívida referente a direitos de imagem com o elenco, incluindo os cinco meses do camisa 7, e também aconteceu a primeira reunião entre a diretoria alvinegra e o staff de atacante. Durante o treino da equipe no CT Rei Pelé, Modesto Roma Jr deu as caras e conversou com a imprensa.

“Não é questão de aliviado, cumprimos nossa obrigação. Quanto ao Robinho, tivemos primeira conversa de muitas que iremos ter, não é uma coisa fácil. Temos de ter a responsabilidade de pagar o que podemos pagar, o atleta tem que ter a consciência de que esse provavelmente será o grande contrato definitivo da carreira, então, ele também tem que pensar que é o maior contrato que ele vai ter daqui para frente, temos que chegar a um ponto de equilíbrio entre o que o Santos pode pagar e o atleta precisa receber”, comentou o mandatário, antes de avisar que uma nova reunião já foi agendada para seguir com o assunto.

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“Vamos fazer a lição de casa, a doutora Marisa a dela, para podermos chegar na terça-feira e fazermos a segunda reunião. Depois faremos a terceira, a quarta... não é uma novela, é uma negociação na qual cada um tem que fazer a sua parte para todo mundo ficar satisfeito”, revelou.

Sobre a “pressa” citada por Robinho, Modesto minimizou o tema e pregou muita cautela para tratar da renovação de sua principal estrela.

“Sem pressa. Recordo a vocês (jornalistas) o tempo da renovação com o Ricardo, vocês me ligavam dizendo que demorava, que não saia. Gente, a pressa tem sido muito mais de vocês do que nossa. Vamos sentar e negociar pelo tempo que for necessário para chegarmos a um bom termo. Estamos caminhando bem, de uma forma construtiva”, disse.

De forma direta, o presidente do Santos também deixou claro que o que interessa para o clube é o gasto mensal com o atleta, em caso de um novo acordo, independente do contrato que seja assinado.

“Nós não estamos discutindo luvas ou tempo de contrato, nada disso, isso importa pouco. O que importa é o valor total do contrato, como vai ser pago e o tempo de contrato. O nome que você vai dar para a parcela, se é luva, imagem, CLT, bonificação, pouco importa. O que nos importa é valor total, forma de pagamento e tempo de contrato", admitiu, ciente de que a valorização de Robinho pode dificultar as coisas. “Tenho que oferecer um valo compatível com o que ele pode ganhar, dentro das condições financeiras de um clube que está se reerguendo”, lembrou.

Os torcedores santistas acompanham de perto todos os movimentos sobre a negociação com o ídolo. Porém, o interesse de outros clubes e a declaração do próprio jogador de que atuaria até em um rival paulista não preocupam Modesto.

“Está terminando o prazo contratual dele no clube, então, é natural que venham clubes. Com certeza não tem ninguém querendo trazer o Fio Maravilha. Querem o Robinho. O perna de pau ninguém quer. Temos que ter, nesse aspecto, uma visão clara da coisa. Agora, por esse medo desse assédio, da pressão, não vamos nos precipitar em fazer o contrato. Temos que esgotar as negociações para fazer o melhor para o Robinho e o Santos, e para que as partes saiam satisfeitas, sem precipitação”, avisou.

R. Oliveira é exemplo

O contrato de Robinho termina dia 30 de junho. Dia 1º de julho, no entanto, o craque se apresenta à Seleção Brasileira. O fato de negociar com o staff do jogador durante a Copa América não interfere em nada, segundo Modesto Roma Jr. Aliás, o presidente fez questão de lembrar o caso de Ricardo Oliveira, que também se alongou, mas acabou com o vínculo estendido do centroavante com o Peixe.

“Vamos dizer, você preferiria um contrato de trabalho mais longo por um valor menor, mais curto por um valor maior, precisamos refletir, isso interferiu no contrato do Ricardo, que tem um salário menor do que vocês pensam hoje. Mas a questão é: o que importa é o valor global do contrato, essas coisas tem que ser pesadas em toda a negociação, não dá para a gente pensar na negociação sem esses três fatores importantes: tempo de contrato, valor total e forma do pagamento”, concluiu.