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Política

Prefeitos da Região falam de reeleição e avaliam futuro

“Nunca tive dúvida de que Dilma se reelegeria”, afirmou a prefeita Marcia Rosa (PT), de Cubatão, única cidade da Região que teve mais votos na presidente petista

Publicado em 28/10/2014 às 10:54

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e Luigi Di Vaio

Avanço dos programas de Saúde, especialmente o Mais Médicos e o Mais Especialidades, no segundo Governo Dilma Rousseff (PT), conter o avanço da inflação, reforma política, a reafirmação de parcerias e outros pedidos. A cesta de desejos dos prefeitos continua cheia para mais quatro anos de governo petista.

Para as prefeitas coordenadoras de campanha da presidente, a continuidade destes projetos nunca esteve em cheque. “Nunca tive dúvida de que a presidente Dilma se reelegeria”, comentou a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa (PT). “O Brasil mudou. Mudou na Educação, mudou na Saúde, mudou na Logística, mudou nos investimentos dos terminais portuários”, destacou ela, uma das articuladoras da campanha na Região.

Os números do PT em Cubatão são comemorados por ela. A presidente viu crescer em 10% seu estoque de votos, quando comparados os primeiro e segundo turno, vencendo Aécio Neves (PSDB) nas duas vezes, na Cidade.

A certeza da universalização do Ensino fez aumentar a crença de Marcia Rosa na vitória da companheira. “Sou a primeira da minha família a ter acesso a uma faculdade, que hoje é uma realidade para minhas filhas e netos. A universidade é hoje possível graças aos programas Prouni e Fies. Só isso já é um grande avanço”.

Ela rebate à crítica feita de que os eleitores de Dilma Rousseff foram os que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - medida para classificar locais pelo seus “desenvolvimento humano”. “O IDH dessas pessoas não era baixo. Era de extrema pobreza e cresceu. E vai melhorar”.

Marcia não vê o País dividido, depois da eleição de domingo. “Não é intenção da Dilma, não é intenção do PT”.

Para a chefe do Executivo cubatense, o desafio da presidente será o de continuar distribuindo renda e manter os direitos trabalhistas. “Pela primeira vez, a ONU tirou o Brasil do mapa da extrema pobreza”.

Marcia Rosa diz que o PT tirou Brasil da extrema pobreza. Paulo Alexandre acredita que Dilma unirá o país. Já Maria Antonieta de Brito espera ampliação de programas sociais. (Foto: Matheus Tagé/DL)

Cresceu em Guarujá

A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB), também uma das coordenadoras da campanha de Dilma Rousseff na Região, ficou feliz com o aumento de votos na candidata do PT, entre o primeiro e segundo turno, em Guarujá. Na Pérola do Atlântico, Dilma havia recebido 32,6% dos votos válidos no primeiro turno, e 49,8% no segundo. Ela havia recebido 52 mil votos no dia 5, e 81 mil no último domingo, em Guarujá. “Tínhamos uma meta de aumentar em 10% a votação dela em Guarujá e superamos isso”, comentou Maria Antonieta. “Deu trabalho, mas valeu a pena”, disse, referindo-se à reta final de campanha.

Para o novo mandato da presidente, a prefeita de Guarujá espera a ampliação dos programas sociais e a introdução de novas políticas. Guarujá conta hoje com 49 profissionais do Programa Mais Médicos, além de investimentos nos programas Saúde da Família e UPAs. “O Programa Mais Especialidades vem em boa hora porque, depois da primeira consulta, é preciso encaminhar o paciente para um especialista, e há casos de lacuna na rede pública desses profissionais”.

Maria Antonieta confia na manutenção dos projetos da Cidade inscritos no PAC Infraestrutura e no PAC Mobilidade, visto que Guarujá se inscreveu para receber verbas de macrodrenagem (especialmente no Santa Rosa) e pavimentação. “Somos uma ilha e sofremos com enchentes. O programa de macrodrenagem já começou no Santo Antonio”.

O avanço no processo de transformar a Base Aérea em Aeroporto Civil Metropolitano é outra grande expectativa da chefe do Executivo de Guarujá. Segundo ela, a licitação está na fase final. Ela prevê o aeroporto em pleno funcionamento no final de 2016.

Votação em Aécio não afetará boa relação

Para os prefeitos companheiros de partido de Aécio Neves (PSDB), o momento é de continuar governando para reforçar e criar novas parcerias. “A eleição acabou ontem. Todo o processo de disputa se encerrou ontem. Agora é governar. Houve uma eleição altamente disputada, a mais disputada da nossa história recente, e acho que a maior tarefa do novo presidente – no caso, a Dilma que foi vitoriosa legitimamente no pleito eleitoral – é unir o País em torno do desenvolvimento de um projeto futuro, pensando na nação como um todo. Eu acho que a urna dá recado e eu não tenho dúvidas de que a presidente vai compreender este recado e vai fazer gestos para unir o Brasil para que a gente possa avançar”, garante o prefeito santista Paulo Alexandre Barbosa.

O chefe do Executivo da Prefeitura de Santos, cidade com maior percentual a favor de Aécio (69,36%, cerca de 173.948 votos), acredita que o eleitor santista deu seu recado nas urnas e se identifica com as propostas do tucano por conta da boa gestão do Estado e do Município. Mesmo assim, não tem dúvidas de que continuará com fortes parcerias com a União por conta dos bons projetos apresentados por sua Administração.

“Nós sempre tivemos boa relação tanto com o Governo do Estado quanto com o Governo Federal. Eu acredito que a tarefa das prefeituras é trabalhar e ter competência técnica para elaborar bons projetos. Os recursos existem, isto está claro. No caso da cidade, com toda a equipe de técnicos que nós temos na Prefeitura, tivemos a condição de elaborar bons projetos e eu acho que, por isso, o governo de Santos é respeitado tanto pelo Estado quanto pela União. E a partir destes bons projetos, viabilizamos uma grande quantidade de recursos para a cidade”, explica Barbosa.

Para o prefeito santista, o maior desafio de Dilma Rousseff será unir a nação e acredita que é o que ela irá fazer. “A presidente vai fazer gesto para unir o Brasil e já demonstrou isso em suas primeiras falas. E, certamente, os gestos mais simbólicos serão feitos no Estado de São Paulo. Eu não vejo que a questão eleitoral irá se misturar com a questão de gestão. A eleição se encerrou. Nós tivemos sempre uma relação madura e muito positiva com o Governo Federal. Um recado que podemos tirar das urnas é este debate político fora de contexto, é algo que a população não tolera. Debate político é na eleição. Governante que mistura eleição com governo só tende a se prejudicar”.

Conter a inflação

Já o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), acredita que o grande desafio da presidente Dilma será o de conter a inflação. Com o índice fora da meta estabelecida pelo Banco Central, analisa ele, as prefeituras têm reduzido seu potencial de investimentos. “O orçamento de uma prefeitura, com inflação de 6% ao ano, é um. Com inflação a 8%, fica limitado. Há perda”. 
Mourão diz que a presidente não pode perder a oportunidade de implantar a reforma política. “Não dá para ter 28, 33 ideologias diferentes”, citou ele, referindo-se ao número de partidos. “Isso não se sustenta”.

Segundo o prefeito, é o momento de se discutir questões como o financiamento público de campanha “com regras claras” e, principalmente, o voto distrital. “Isso ajudaria muito. Outra coisa importante seria a coincidência de mandatos. Hoje alguém sai candidato a deputado, mas, na verdade, está de olho na eleição para vereador daqui a dois anos”.

Na avaliação de Mourão, embora a presidente Dilma tenha sido reeleita com pequena diferença, o Brasil não se encontra dividido. “Temos de esquecer a eleição agora. Todos têm de torcer para o País dar certo porque estamos todos no mesmo barco”.

Mesmo sendo um prefeito do PSDB, principal partido de oposição à presidente, o prefeito de Praia Grande não acredita em uma eventual retaliação por parte do Governo Federal. “Senão vira uma ditadura. Não acredito que esse seja o caminho adotado”, observou, lembrando que tanto sua cidade como Santos (governada pelo tucano Paulo Alexandre Barbosa) têm sido contempladas por verbas federais.

Na área da Saúde, o Programa Mais Médicos resultou em 32 profissionais para Praia Grande, e Mourão já fez a solicitação para a viabilização de mais 28 médicos.

A área da Segurança, segundo o prefeito, precisa de uma atenção maior no controle de fronteiras, visando impedir a entrada de armas e entorpecentes no Brasil. Ele também defende a redução da maioridade penal, hoje fixada em 18 anos. “Um rapaz de 16 anos que aponta uma arma deve ser responsabilizado”.


 

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