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Política

Pastor de Santos é cotado para o Ministério da Educação

Milton Ribeiro é pastor da Igreja Presbiteriana de Santos. Ele foi vice-reitor do Mackenzie e, no ano passado, foi nomeado para a Comissão de Ética Pública da Presidência da República

Folhapress

Publicado em 08/07/2020 às 12:30

Atualizado em 08/07/2020 às 12:35

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Milton Ribeiro é pastor da Igreja Presbiteriana de Santos / Reprodução

Um pastor de Santos está cotado para ser o novo ministro da Educação do governo Bolsonaro. Milton Ribeiro é pastor da Igreja Presbiteriana de Santos. Ele foi vice-reitor do Mackenzie e, no ano passado, foi nomeado para a Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

Na tentativa de evitar novas críticas da bancada evangélica sobre a sucessão no Ministério da Educação, o presidente Jair Bolsonaro tem sondado desde o fim de semana nomes ligados à ala religiosa para assumir a pasta. O esforço tem como objetivo agradar o grupo que é um dos pilares do atual governo e manter o perfil conservador que marcou a gestão do ex-ministro Abraham Weintraub, que deixou a pasta no mês passado.

Desde então, o presidente indicou o professor da FGV Carlos Decotelli, que caiu após questionamentos a falsidades em seu currículo, e Renato Feder, secretário da Educação do Paraná, que declinou depois de intensas críticas dos religiosos.

Até o momento, três evangélicos conversaram com a equipe do presidente: o pastor Milton Ribeiro, ex-vice-reitor do Mackenzie em São Paulo; o professor da Unb (Universidade de Brasília) Ricardo Caldas; e o reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Anderson Correia.

Na terça-feira (7), em entrevista a emissoras de televisão, o presidente se queixou das críticas feitas aos cotados para o MEC e disse que pretende definir um nome o mais breve possível. Mesmo com o diagnóstico de coronavírus, Bolsonaro tem feito videoconferências com os cotados para o posto.

Doutor em educação pela USP (Universidade de São Paulo), Milton Ribeiro teve seu nome levado ao presidente, de acordo com fontes envolvidas no processo, pelo ministro Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e conta com a simpatia de deputados evangélicos de São Paulo, que já manifestaram o apoio a Bolsonaro.

Caldas, que é economista e professor de ciência política, tem doutorado em relações internacionais pela Universidade de Kent em Canterbury, Reino Unido. Agrada de integrantes da bancada evangélica, ligados à Assembleia de Deus, como membros da equipe econômica.

Correia, por sua vez, tem um perfil que pode unir duas alas que ajudam a sustentar o governo e nem sempre andam juntas, pois além do apoio de pastores evangélicos é bem visto na cúpula militar.

Considerado por ora o favorito pelos ministros palacianos, por ter perfil técnico e interlocução política, o reitor do ITA deve ter uma conversa com o presidente nesta semana.

Padrinho da indicação de Ribeiro, Jorge Oliveira também sugeriu para o posto o líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Bolsonaro disse que o deputado estaria "na reserva", após sondá-lo no fim de semana e se reunir com ele na segunda-feira (6). A repercussão de seu nome foi negativa, avaliam interlocutores presidenciais, e ele enfrenta forte resistência dos ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

O presidente tem afirmado, em conversas reservadas, que busca um nome com perfil semelhante ao do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello: com respaldo técnico, mas que seja aberto a cumprir demandas pessoais do presidente, na sua avaliação.

Pessoas envolvidas no processo de escolha relatam que o leque de opções tem sido ampliado a cada dia, às vezes sem conversas prévias com o presidente.

A pasta é alvo, desde o ano passado, de assédio de diferentes alas de influência dentro do governo, e cada grupo insiste em emplacar um indicado que atenda sua agenda.
Preocupações com a governabilidade e estabilidade do governo também têm guiado as discussões sobre a escolha do próximo ministro.

A capacidade de liderar a política educacional do país, entretanto, está em segundo plano.

A avaliação de interlocutores do governo no processo é que os episódios recentes evidenciam, além da ausência de um projeto para a educação, uma fraqueza do presidente diante do cenário político: Bolsonaro está inseguro para nomear alguém que desagrade os grupos que ainda o apoiam.

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