03 de Maio de 2024 • 14:42
Política
Segundo participantes do encontro, na avaliação de Lula, causará confusão na cabeça do eleitor o fato de Marina aparecer na frente nas pesquisas de intenção de voto
Reunido em almoço com parte da bancada aliada do Senado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou, em tom de ironia, a ex-senadora Marina Silva (PSB) e o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) como "sombras" que fortalecem a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Segundo participantes do encontro, na avaliação de Lula causará confusão na cabeça do eleitor o fato de Marina aparecer na frente nas pesquisas de intenção de voto para presidente e o candidato ser o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A mesma análise se estende em relação ao senador Aécio Neves (PSDB), que hoje aparece atrás do ex-governador José Serra (PSDB) nas pesquisas. "Como podem as sombras serem maiores do que os titulares", disse Lula, segundo parlamentares presentes no almoço.
A colocação do petista levou alguns dos senadores a questionarem se ele também não faria sombra para a presidente Dilma Rousseff. Lula teria respondido que não vai disputar a presidência em 2014 porque Dilma já teria mostrado que tem brilho próprio. O ex-presidente deixou, entretanto, o recado de que estava fazendo ginástica duas horas por dia, demonstrando estar disposto para uma disputa em 2018. O alvo da mensagem na avaliação de alguns senadores da base seria Eduardo Campos, que inicialmente contaria com o apoio de Lula, mas apenas após uma possível reeleição de Dilma.
No almoço, que contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, possível candidato do PT para a disputa ao governo de São Paulo, Lula também negou que tenha conversado com o ex-prefeito da capital paulista Gilberto Kassab (PSD) sobre a disputa estadual de 2014. Segundo presentes no almoço, Lula considera Kassab candidato ao governo de São Paulo, por isso, não teria motivo para oferecer uma aliança na chapa com o PT.
Rede de arrasto
O líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (CE), disse que o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta terça, no plenário da Casa, foi um recado para o PT e seus aliados sobre o que ele pensa de uma proposta de reforma política. "Ele defendeu a reforma política fortemente, o que me deixou muito contente", afirmou Guimarães.
Para Guimarães, o ex-presidente também foi "duro e corajoso" ao defender o Parlamento. "Foi uma coisa muito forte", avaliou.
Após o discurso, Lula foi até a sala da liderança do PT na Casa, onde havia uma festa de aniversário preparada pelos petistas, já que ele completou 68 anos no último domingo. O local estava decorado com bexigas vermelhas e fotos de Lula com funcionários do PT e deputados. Segundo Guimarães, o ex-presidente observou que o espaço cresceu nos últimos anos e que não era mais "o cubículo" de quando ele era deputado Constituinte. Na hora de cortar o bolo, o aniversariante disse aos petistas que "a política não estava derrotada".
A passagem de Lula pelo Congresso causou tumulto pelos corredores. O ex-presidente conversou com funcionários e visitantes, tirou fotos e posou com a bancada do partido na escadaria da Câmara dos Deputados. "Até funcionários da liderança da oposição vieram ver quando ele passou. Era uma verdadeira rede de arrasto", comparou Guimarães.
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