X

Política

Operador de Cabral usava apelidos em pagamentos, tal como Odebrecht

O juiz Marcelo Bretas passou cerca de 50 minutos do interrogatório do acusado o questionando sobre cada um dos apelidos. Bezerra respondeu sobre aqueles que disse lembrar

Folhapress

Publicado em 05/05/2017 às 15:00

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Um mistério sobre o extenso esquema de corrupção na gestão Sérgio Cabral (PMDB) ainda ronda a cabeça dos investigadores da Operação Lava Jato do Rio / Agência Brasil

Um mistério sobre o extenso esquema de corrupção na gestão Sérgio Cabral (PMDB) ainda ronda a cabeça dos investigadores da Operação Lava Jato do Rio: quem é "Cabeça de Maracanã"? Quem são os "Bad boys"?

Os codinomes constam das dezenas de bilhetes e e-mails usados por Luiz Carlos Bezerra, apontado como operador financeiro do grupo, para controlar a coleta e entrega de dinheiro. Tal como a Odebrecht, ele identificava o destino de repasse de valores com apelidos.

O juiz Marcelo Bretas passou cerca de 50 minutos do interrogatório do acusado o questionando sobre cada um dos apelidos. Bezerra respondeu sobre aqueles que disse lembrar. 

"BD" era a sigla atribuída a Cabral. Para o MPF, trata-se de uma sigla para "buldogue". Bezerra disse referir-se a um palavrão, que não quis pronunciar na audiência.

"Loucco" é, segundo o relato, o codinome do empresário Marco Antônio de Luca, diretor do grupo Masan, fornecedor de quentinhas e merenda do Estado. A ele estão vinculados repasses de R$ 3,5 milhões entre 2013 e 2016.

O bombeiro Pedro Ramos Miranda, ex-assessor de Cabral também acusado na denúncia, era chamado de "Tocha".

"Disney" faz referência à Carioca Engenharia, onde Bezerra costumava recolher dinheiro em espécie.

Já "Xerife" foi o apelido dado ao empresário Miguel Iskin, sob suspeita de pagar propina e desviar verba da saúde. Ele tem uma empresa com esse nome.

Bezerra não soube identificar quem são "Russo" e "Alemão", pessoas que lhe entregavam dinheiro em locais pré-determinados.

"Bad boys" são, segundo o acusado, pessoas que substituíram "Fiel", funcionário que intermediava o contato com os irmãos doleiros Renato e Marcelo Chebar. Para a Procuradoria, podem ser a ponte para outros doleiros ainda desconhecidos que atuavam a serviço de Cabral.

Mas o nome que mais intrigou aos que assistiam a audiência foi "Cabeça de Maracanã". Bezerra não se recordou, mas afirmou: "Acho que é alguém com a cabeça grande".

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

'Vovô do iFood' é atropelado em Guarujá e motociclista morre na hora

Os dois se envolveram em um acidente na Avenida dos Caiçaras, no bairro Jardim Las Palmas, no final da tarde deste domingo (05)

ESTÁ EM MANAUS

Bolsonaro volta a buscar hospital por causa de dores no abdômen

Ex-presidente já tinha ficado internado por causa de um quadro de erisipela, entre sexta-feira e sábado

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter