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Política

Mercosul está forte, afirma Dilma no Paraguai

O comentário foi feito na cerimônia de inauguração da linha de transmissão de 500kV entre a margem paraguaia da usina de Itaipu e a subestação de Villa Hayes, na Grande Assunção

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 29/10/2013 às 22:01

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No seu quinto encontro em menos de três meses com o presidente paraguaio, Horacio Cartes, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 29, que o Mercosul está forte e promove o desenvolvimento regional, corrigindo assimetrias "perversas" entre os países membros. O comentário foi feito na cerimônia de inauguração da linha de transmissão de 500kV entre a margem paraguaia da usina de Itaipu e a subestação de Villa Hayes, na Grande Assunção. A obra, que deve dobrar a capacidade do Paraguai em aproveitar a energia de Itaipu, foi uma das soluções propostas por Brasília para resolver o impasse entre os dois países quanto ao uso da energia da usina.

"Essa impressionante obra deve servir ao objetivo de integração das nossas cadeias produtivas, que é a forma mais equilibrada de integração nesta região, beneficiando nossos povos, levando ao desenvolvimento, à geração de empregos e à melhoria das condições de vida", discursou Dilma. "Isso é prova de que o Mercosul está forte e não se limita ao comércio, mas promove o desenvolvimento, buscando a superação das assimetrias entre os países da região. O Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul) é a expressão desse compromisso solidário, desse compromisso que busca justamente superar essas assimetrias que são perversas."

Os paraguaios apostam que a linha de transmissão - a maior obra da história do Focem - será um divisor de águas no desenvolvimento do país, estimulando a entrada de novas indústrias e a geração de empregos. O Focem é abastecido por contribuições regulares anuais no valor de US$ 100 milhões, dos quais US$ 70 milhões são do Brasil.

"Nossas economias são e serão cada vez mais interdependentes, devemos complementar nossa ação bilateral com iniciativas estruturadas em âmbito regional. Cabe ao Mercosul e à Unasul alavancar o potencial de desenvolvimento de nossos países, para estabelecer um mercado ampliado, para garantir marcos regulatórios comuns, criar condições de desenvolvimento em todos os países, numa relação de ganha-ganha que é crucial para a região", discursou Dilma.

A presidente do Brasil Dilma Rousseff e Horacio Cartes do Paraguai, na inauguração da linha de transmissão de 500 kV que liga a usina hidrelétrica de Itaipu ao Paraguai (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Ao destacar os benefícios da obra para o povo paraguaio, Dilma recorreu até ao PIB, assunto que trata com desdém nos seus discursos no Brasil. "Será assim potencializada ainda mais a taxa de crescimento econômico expressiva do Paraguai em 2013. Sem dúvida, tudo indica, a maior da América do Sul", exaltou Dilma. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Paraguai deve crescer 12% em 2013 e o Brasil, 2,5%.

Impasse

A construção da linha - a um custo de US$ 320 milhões, a maior parte bancada pelo Brasil - foi uma das saídas encontradas pelo Palácio do Planalto diante do impasse nas negociações sobre a energia de Itaipu, em 2009. Na época, o Brasil ofereceu ao vizinho um pagamento maior pela cessão da energia, a linha de transmissão, uma subestação e um fundo de investimentos.

Toda a produção gerada em Itaipu é igualmente divida entre Brasil e Paraguai, mas Assunção utiliza bem menos que Brasília a energia produzida pela usina. Hoje, embora seja dono de 50% de toda a produção da usina, o Paraguai consegue absorver menos de 10%; com o novo sistema, a expectativa é que o país vizinho dobre esse aproveitamento.

"Esta obra não foi um fim em si mesmo, se constitui uma peça fundamental para que Paraguai seja cada vez mais atraente para investimentos", disse o diretor-geral de Itaipu do lado paraguaio, James Spalding. Em 2012, a Itaipu abasteceu 17% de todo o território brasileiro e 73% do território paraguaio.

A inauguração da linha também marcou o quinto encontro entre Dilma e Cartes, em mais um esforço de ambos no sentido de melhorar as relações bilaterais, tensionadas após o impeachment relâmpago de Fernando Lugo, que levou à suspensão do Paraguai do Mercosul. "O Paraguai é e sempre será parceiro estratégico para o Brasil. O governo eu povo brasileiro deseja um Paraguai forte, próspero e respeitado", disse Dilma.

Dilma destacou na sua fala o "compromisso do governo brasileiro" de apoiar o Paraguai na luta contra a pobreza. "Queremos e podemos cooperar nessa área, o Brasil desenvolveu nos últimos anos uma tecnologia social que temos o orgulho de transmitir a todos os países da região, em especial aos países amigos", afirmou a presidente, que comemora os 10 anos do Bolsa Família nesta quinta-feira, 31.

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