04 de Maio de 2024 • 13:26
Política
O tucano criticou o "extremo ufanismo" de o Executivo ter comemorado o resultado de um leilão que contou apenas com um consórcio participante
O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e potencial candidato do partido à Presidência da República nas eleições do ano que vem, afirmou nesta terça-feira, 22, que o leilão do Campo de Libra, realizado na terça-feira no Rio de Janeiro, foi a maior "privatização da história brasileira" realizada pelo governo federal. O tucano criticou o "extremo ufanismo" de o Executivo ter comemorado o resultado de um leilão que contou apenas com um consórcio participante e que não teve sequer ágio sobre o valor previsto no edital. Para ele, o leilão foi um "enorme fracasso".
"Devo hoje dar as boas vindas à presidente da República ao mundo das privatizações, agora no setor do petróleo. E talvez não seria favor algum o governo do PT poder orgulhar-se de dizer que fez a maior privatização de toda a história brasileira. Mas fez com atraso, enorme atraso que custou muito caro ao Brasil", disse, ao considerar como "algo extremamente inusitado" o fato de a presidente ter convocado pela décima sexta vez, desde o início do mandato, uma cadeia de rádio e TV para falar do leilão
Num pronunciamento da tribuna do Senado acompanhado praticamente por aliados, o tucano destacou que era preciso saudar a conversão "tão rápida do PT" às privatizações. No discurso, ele lembrou que há um ano já havia dado "boas vindas" ao governo ao mundo das privatizações, após as concessões de três aeroportos brasileiros.
Aécio Neves disse que as oportunidades na área de petróleo estão sendo perdidas por conta da má condução do governo no processo, que, em sua opinião, faz ingerência política na Petrobras. Ele questionou a mudança do modelo de exploração pela gestão petista, que se valeu no primeiro leilão do pré-sal, da partilha, em vez do sistema anterior, o de concessão. Para ele, os resultados do modelo ainda são duvidosos.
Numa ironia, o senador do PSDB considerou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como o "grande vencedor do leilão". Isso porque os R$ 15 bilhões em bônus do consórcio que arrematou a área vão servir para o governo bancar o superávit primário.
"A Petrobras paga o preço pela má condução da política econômica que levou ao recrudescimento da inflação e obviamente a partir de uma ação do governo junto à Petrobras, por conta do controle do preço da gasolina, a empresa perde valor de mercado, perde competitividade e agora sangrada pela necessidade de fazer investimentos para os quais ela não se preparou ou o governo não deixou que se preparasse", afirmou.
O senador tucano disse que a atual "propaganda oficial" vai alardear que foi o governo do PT quem descobriu o pré-sal. Mas, segundo ele, foram os investimentos na Petrobras, na época do governo Fernando Henrique Cardoso e a nova lei do petróleo, também aprovada na gestão tucana, que criou as bases para a estatal chegar a tal descoberta.
Exceto pelo senador petista Eduardo Suplicy (SP), que não questionou seu depoimento, o tucano foi aparteado em um plenário vazio por senadores ligados a ele. "Qual é a conquista que o governo exibe? Exibe com muito ufanismo a conquista de não ser deserto o leilão, de ter tido um participante do leilão", afirmou o presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN).
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