04 de Maio de 2024 • 12:53
Diante da exploração política do leilão do campo de Libra pela oposição e por seus potenciais concorrentes na eleição de 2014, a presidente Dilma Rousseff voltou nesta terça-feira, 22, a defender a operação. Ela se disse "bastante satisfeita" com o resultado. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também saiu em defesa do leilão.
Em Lisboa, Lula disse que as críticas têm motivação eleitoreira. "Pelo fato de estarmos entrando já num ano eleitoral, têm pessoas que têm vergonha de reconhecer os méritos do leilão de Libra, que foi extraordinário", afirmou. E rebateu as críticas dos que dizem que os recursos não serão utilizados na educação e saúde, mas sim para ajudar o governo a aumentar seu caixa e cumprir a meta do superávit primário: "Penso que o dinheiro será aplicado naquilo que a lei aprovou no Congresso Nacional, ou seja, não há como ser diferente."
Tal como fizera na véspera, Dilma frisou que o leilão não representou a privatização do campo petrolífero. "É bom lembrar que, com o modelo de partilha, a União, os Estados e os municípios ficam com 85% das receitas se você considerar também a Petrobras", disse, durante a cerimônia de sanção da lei do programa Mais Médicos. E emendou: "É bom explicar que nesses 85%, 75% são da União e 10%, da Petrobras. Aqueles que falam em privatização no mínimo desconhecem essas contas."
"O governo está satisfeito com o resultado do leilão, acha o consórcio sólido, está satisfeito com o que lhe cabe da receita, está satisfeito com a destinação dessa riqueza, dessa alquimia que nós conseguimos, porque nós transformamos e vamos transformar petróleo em educação, petróleo em saúde", listou.
Ela elogiou a composição do consórcio vencedor. "A Petrobrás é, sem sombra de dúvida, junto com a Shell, a grande empresa do mundo com especialização em águas profundas". Condenou, ainda o "preconceito" em relação às sócias da China. "As empresas chinesas são das maiores do mundo, têm parcerias sólidas com a Shell em outros países, é um consórcio de grandes empresas, que tem a capacidade de explorar os recursos necessários (no pré-sal), não só financeiros, mas tecnológicos", afirmou Dilma.
Sem mudanças
Ao ser questionada se não considerava ruim apenas um grupo ter se candidatado à concorrência, a presidente respondeu que "há uma certa incompreensão sobre o tamanho dessa reserva". No auge da produção, disse ela, Libra estará produzindo 1,4 milhão de barris/dia, mais de 70% de tudo o que o País produz hoje.
Ela rechaçou a necessidade de mudar qualquer ponto do modelo do pré-sal. "Não vejo onde esse modelo precisa de ajustes. Não tem por que modificar conteúdo nacional, não tem por que modificar papel da PPSA, não tem por que tirar os 30% da Petrobras. Então, aqueles que querem mudar isso, mostrem as suas faces e defendam, não atribuam ao governo o interesse em modificar qualquer coisa. O governo está satisfeito com modelo de partilha."
Santos
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