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Política

Cerveró é investigado nos desvios da Receita

Os investigadores suspeitam que ele atuou perante advogados e conselheiros investigados como representante de fornecedores da estatal endividados com a Receita

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 28/03/2015 às 11:48

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A Operação Zelotes investiga o envolvimento do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró com o grupo acusado de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de "tribunal" que julga recursos de grandes contribuintes em débito com a Receita Federal.

Os investigadores suspeitam que Cerveró atuou perante advogados e conselheiros investigados como representante de fornecedores da estatal endividados com a Receita. Cerveró também é alvo da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras. Ele está preso, acusado de cobrar propina de empreiteiras em troca de contratos na diretoria que comandava na petroleira.

E-mails. Uma das evidências colhidas na Operação Zelotes são e-mails trocados entre advogados e empresários com Edison Pereira Rodrigues, apontado pelos investigadores como um dos mentores do esquema. Ele presidiu o 1º Conselho de Contribuintes - órgão que antecedeu ao Carf -, deixando as funções em 2005.

Cerveró aparece como destinatário de algumas dessas mensagens, de 2010, quando era diretor da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Os responsáveis pela Zelotes estão em contato com a força-tarefa encarregada da Lava Jato para aprofundar as investigações sobre a ligação do ex-diretor com o esquema.

Nestor Cerveró é investigado nos desvios da Receita (Foto: Agência Brasil)

Edison Rodrigues é descrito como um gênio na área tributária e atuaria em parceria com a filha, Meigan Sack Rodrigues, conselheira do Carf e dona de um escritório. Rodrigues seria procurado pelas grandes empresas por causa das relações que mantém no órgão e de seu amplo conhecimento.

Procurado pela reportagem, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, disse que a suspeita de envolvimento de seu cliente em fraudes no Carf não passa de uma "ilação fantasiosa", despida de elementos probatórios. Ele afirmou que não pode se pronunciar com base em "hipóteses", mas adiantou que falará com o ex-diretor a respeito, em visita marcada para a próxima semana no Complexo Médico Penal em Curitiba.

A reportagem telefonou ainda para o escritório Sack Rodrigues ontem, mas a atendente, que não se identificou, disse que tanto Meigan quanto o pai estavam viajando e não poderiam dar entrevista.

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