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Cotidiano

Itanhaém teve primeira prefeita do Estado e a segunda do Brasil

Spasia Albertina Bechelli Cecchi assumiu nos anos 30, quando a participação da mulher na política ainda era pequena no País

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 04/03/2013 às 16:56

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Próximo das comemorações do Dia Internacional da Mulher, que será celebrado no dia 8, Itanhaém possui em sua história um caso de pioneirismo, na década de 30, que acabou se tornando símbolo da presença do sexo feminino na política e na vida pública. Trata da história de Spasia Albertina Bechelli Cecchi, a primeira prefeita da Baixada Santista e do Estado de São Paulo a exercer o cargo, isso em plena década de 30, quando a participação feminina na política ainda era muito tímida comparada com a dos dias atuais. Apesar de curta, sua trajetória na política serviu para comprovar a força da presença da mulher na sociedade.

Spasia nasceu em São Bernardo do Campo no dia 29 de dezembro de 1899. Filha de Lorenzo Bechelli e Maria Bechelli, ela demonstrou ter um amor pela Cidade que escolheu para viver, assumindo a função de governar Itanhaém entre os anos de 1936 e 1937, eleita pelos vereadores da época.

Não há uma data precisa de quando Spasia e seu marido, Mansuetto Cecchi, se mudaram de Ribeirão Pires para Itanhaém. Mansuetto fazia a exploração de cacheta, um tipo de madeira leve que na época era muito utilizada para a fabricação de tamancos e carvão vegetal.

Porém, é correto afirmar que Spasia foi eleita pela Câmara Municipal no dia 23 de maio de 1936. O juiz de Direito da 1ª Vara de Santos, João Nogueira de Sá, foi quem deu a posse aos vereadores. Ela terminou seu mandato no dia 26 de outubro de 1937. Spasia foi a primeira prefeita do paulista e a segunda do País. Alguns anos antes, uma outra mulher havia sido eleita no estado do Rio Grande do Norte.

Sobre seu governo, além da reurbanização da Praça Central, que ganhou nova arborização, um artigo do antigo Jornal de Itanhaém publicou naquela época um artigo elogiando a gestão de Spasia: “A Cidade remoça-se, animada com as realizações em marcha, dando-nos a certeza, mercê dos esforços crescentes da senhora prefeita, que tem encontrado decisivo apoio do Governo do Estado em suas iniciativas”

Spasia se destacou ao governar a Cidade e abriu caminho para a presença maior da mulher na política (Foto: DIvulgação)

Nos anos 1942/1943, Spasia e Mansuetto Cecchi foram residir novamente em Ribeirão Pires, tendo em vista que durante a Segunda Guerra Mundial os estrangeiros não podiam residir no Litoral. E em Ribeirão Pires, Mansuetto possuiu armazém e trabalhou com Construção Civil, fazendo inclusive a abertura de alguns loteamentos, como a Vila Albertina, em homenagem a esposa. Em Santo André loteou as partes I e II da Vila Progresso, Jardim Stela, Bela Vista, Leopoldina, São João, Condomínio Santa Terezinha, Vila Mansuetto Cecchi e Vila Homero Thon, além do Jardim Brasil e Vila Bruna na Capital Paulista.

Spasia Albertina Bechelli Cecchi faleceu no ano de 1964, durante uma viagem na Itália. Mansuetto faleceria em 1970, também durante uma viagem pela Itália. Ambos estão sepultados naquele país, onde se conheceram e casaram. Não tiveram filhos. Porém, o legado de Spasia foi marcado pelo seu pioneirismo na ação política à frente da Prefeitura.

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