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Cotidiano

Interferência sísmica pode ser a causa dos encalhes na Região

A veterinária, Andréa Maranho, afirmou que nos últimos 30 dias, 18 mamíferos foram encontrados e levados para a Ilha dos Arvoredos para tratamento

Publicado em 03/03/2013 às 18:42

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Representantes da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos da Região Sudeste (REMASE), Ibama, ong Gremar e Fundação Fernando Eduardo Lee (Ilha dos Arvoredos) se reuniram na tarde de ontem, no auditório da Unaerp, para discutir os fatores que levaram ao alto número de encalhes de animais marinhos nos últimos dois meses. Neste período 30 mamíferos entre lobos marinhos, focas, golfinhos e baleias — filhotes e adultos — apareceram em praias da Baixada Santista.

A veterinária, Andréa Maranho, afirmou que nos últimos 30 dias, 18 mamíferos foram encontrados e levados para a Ilha dos Arvoredos para tratamento pela equipe da Fundação Lee, que é administrada pela Unaerp.

Segundo ela, este número é muito alto. “No ano passado inteiro, por exemplo, encontramos quatro lobos-marinho. Este ano já resgatamos nove filhotes”. Os especialistas presentes à reunião apontaram várias hipóteses para o surgimento em grande escala desses animais, na Região, mas destacaram principalmente a “interferência sísmica”. A veterinária afirmou que “alguns animais recolhidos apresentam lesões macroscópicas sugestivas de efeitos de sísmica”.

Andréa explicou que o trabalho de pesquisa de sondagem para identificar bolsões de gás natural e petróleo no solo oceânico pode prejudicar diretamente a saúde desses animais deixando-os desorientados. “Todos os materiais coletados, desde tecidos, secreções, fluídos e tecido do tímpano, foram enviados aos laboratórios para detecção de infecções e intoxicação”.  Andréa disse que só a partir do diagnóstico será possível investigar mais precisamente as causas do aparecimento atípico de tantos animais marinhos na costa.

Entre outras possibilidades consideradas pela equipe envolvida na pesquisa e tratamento desses animais estão as correntes marinhas, infecção viral (epizootia viral) e intoxicação com efeito neurogênico (afeta o sistema nervoso, fazendo com que o animal perca o sentido de direção). Andréa disse que a força-tarefa juntamente com o Centro de Estudos sobre Encalhes de Mamíferos Marinhos(Ceeman) realizarão outras reuniões, a partir da liberação dos laudos dos laboratórios.

De acordo com o coordenador de Relações Institucionais da Unaerp, Luiz Augusto de Lima Silva, ainda não é possível precisar o custo da pesquisa e infra-estrutura para atender aos animais encalhados. Quem encontrar um animal marinho encalhado nas praias deve acionar imediatamente o 153 ou o Ibama (Santos), pelo telefone 3227-5775.

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