06 de Outubro de 2024 • 11:20
Não há previsão de quando o Corpo de Bombeiros conseguirá controlar o fogo que toma conta dos tanques da empresa Ultracargo, na Alemoa. Até a noite de ontem, as chamas atingiam cinco dos 58 reservatórios da empresa. Os tanques afetados continham etanol e álcool.
A ação pode durar tanto dois ou três dias, como acabar hoje. Ontem, dos cinco tanques atingidos, quatro ficavam em uma das ‘células’ do terminal, e o outro em uma ‘célula’ com mais três reservatórios ainda intactos. Cada tanque tem capacidade de armazenamento de 6 mil metros cúbicos de material.
A imprevisibilidade quanto ao término da ação dos bombeiros fez o comandante das operações do Corpo de Bombeiros, Wagner Bertolini Júnior, a comparar o trabalho dos mais de 100 bombeiros e brigadistas nos tanques a “um dragão preso em uma gaiola”. Ou seja, qualquer palpite do resultado é imprevisível. Além dos bombeiros, há equipes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Defesa Civil, chegando a 180 homens.
Bertolini Júnior afirmou que o vento foi o principal agente complicador dos trabalhos dos bombeiros, porque interfere nos jatos de água e de espuma para resfriamento dos tanques não atingidos. A espuma é composta por uma substância chamada TGE.
Drone e helicóptero
Os bombeiros não trabalharam apenas em terra. Um drone orientava a direção dos jatos de água e espuma, e o helicóptero Águia da Polícia Militar foi acionado para uma melhor avaliação da ação.
Como no primeiro dia do incêndio, iniciado por volta das 10 horas de quinta-feira, a fumaça densa e negra e as labaredas compunham um cenário pouco comum para a Baixada Santista. O vento soprava carregadas nuvens para a direção de Cubatão, Serra do Mar e também, com menos intensidade, para bairros da Zona Noroeste de Santos como Alemoa, Jardim São Manoel e Chico de Paula.
Quando a Reportagem do Diário do Litoral tentava acesso aos terminais da Ultracargo por um lado mais próximo à Via Anchieta, um princípio de chuva resultou na queda de um material particulado preto na viatura e na roupa dos membros da equipe.
Sem entender
Moradores e comerciantes ainda sem informação exata da dimensão do fogo que vinha dos terminais tentavam entender a situação vivida naquele trecho de Santos.
Josefa Aparecida, a Cida, proprietária de uma barraca de lanches que fica nas proximidades da Ultracargo, não sabia o que o marido iria encontrar de material, ontem por volta das 11h30, quando ele tinha ido até a barraca. “Quando vimos o fogo, todos saíram. Agora ele foi lá pegar as coisas da barraca”, disse.
Acesso dos caminhões foi bem dificultado
Caminhoneiros que tinham que atingir o Porto ou empresas do retroporto tiveram um dia bem difícil, especialmente na parte da manhã. Tudo por conta da interdição do Viaduto da Alemoa.
Sem contar com esse importante acesso, os caminhões formaram uma longa fila desde o fim da Via Anchieta até à entrada de Santos, formando uma longa fila na Avenida Martins Fontes. Agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tentavam dar um mínimo de ordem ao trânsito naquela região, orientando os caminhões a seguir pela Rua Senador Cristiano Otoni.
A atividade no Porto não foi paralisada totalmente. Somente os terminais mais próximos da Alemoa deixaram de operar. O transatlântico Splendour of the Seas, da Royal Caribbean, deixou o Armazém 25 do Porto de Santos, onde fica o terminal de passageiros gerenciado pela Concais. 2.010 passageiros rumaram para um cruzeiro com rota para Ilhabela (SP) e Búzios (RJ).
Ao contrário de quinta-feira, quando saiu outro transatlântico, o embarque não precisou ter o horário alterado porque os passageiros não encontraram dificuldades de acesso pelo Sistema Anchieta-Imigrantes.
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