06 de Maio de 2024 • 08:42
Cotidiano
Segundo a PF, além dele, os envolvidos nas investigações são uma assessora de campanha, a ex-prefeita Ana Preto e o ex-assessor parlamentar de um deputado estadual
Segundo a PF, várias interceptações telefônicas dão conta que um empresário teria realizado diversas transferências bancárias para a assessora (R$ 10 mil) e vantagens a Bargieri em setembro de 2016. / Reprodução/Twitter
A operação Prato Feito da Polícia Federal (PF), que investiga possível esquema de fraudes em processos licitatórios de fornecimento de merendas em diversos municípios paulistas, detalha suposto envolvimento do ex-prefeito de Peruíbe, Gilson Carlos Bargieri e do ex-secretário de Educação de Cubatão Raul Christiano (Leia aqui) com lobistas das empresas de alimentação beneficiárias.
Segundo a Polícia Federal (PF), além de Bargieri (que teve sua candidatura indeferida durante o pleito de 2016), os envolvidos nas investigações são uma assessora de campanha, a ex-prefeita Ana Preto e o ex-assessor parlamentar de um deputado estadual, que depois foi trabalhar como secretário de Governo e chefe de Gabinete na Prefeitura de Mauá.
A partir da página 130 de um relatório de 354 páginas, assinado pela delegada federal Melissa Maximino Pastor, a investigação dá conta de possível pagamento de vantagem indevida por um empresário ao então candidato Gilson Bargieri em troca de um futuro contrato público e para a ex-prefeita Ana Preto pelo mesmo motivo.
A PF acredita que todos podem responder por corrupção ativa, passiva e fraude à licitação. O relatório informa que em razão dos indícios de cometimento dos crimes, pode, a qualquer momento, serem expedidos mandados de busca e apreensão nos imóveis de Bargieri e de sua assessora de campanha.
Transferências
Segundo a PF, várias interceptações telefônicas dão conta que um empresário teria realizado diversas transferências bancárias para a assessora (R$ 10 mil) e vantagens a Bargieri em setembro de 2016. No entanto, outro empresário teria parado de ‘contribuir’ quando Bargieri teve sua candidatura indeferida.
Com relação a Ana Preto (foto), o relatório aponta que a ex-prefeita não teria pago R$ 2 milhões ao empresário, que teria se utilizado de lobistas para reaver o prejuízo. Os lobistas tentaram, inclusive, contato com o prefeito Luiz Maurício Pereira (PSDB) – na época vencedor das eleições - mas não obtiveram êxito. Por isso, a delegada não vislumbrou participação dele. A PF não vê, pelo menos momentaneamente, necessidade de uma ação mais efetiva contra a ex-prefeita Ana Preto por conta de melhores esclarecimentos. Sobre a questão, ela já se manifestou alertando que soube dos fatos pela Imprensa e que estaria tranquila da lisura dos processos licitatórios.
No caso de Peruíbe, a Polícia Federal detectou ação de vários lobistas, entre eles Eládio Magurno Correa Júnior, que estaria envolvido nas negociações de Cubatão (páginas 4 e 5). O ex-prefeito Gilson Bargieri não se manifestou ontem a respeito do assunto.
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