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Saúde

Dormir pouco pode ser perigoso para o coração, mostra estudo

Os pesquisadores avaliaram as condições cardíacas de médicos da própria equipe, que trabalham em turnos de 24 horas

Estadão Conteúdo

Publicado em 03/12/2016 às 14:30

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Dormir pouco pode ser perigoso para o coração / Divulgação

Dormir pouco pode ser perigoso para o coração, de acordo com um novo estudo realizado por cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Bonn (Alemanha). Os pesquisadores avaliaram as condições cardíacas de médicos da própria equipe, que trabalham em turnos de 24 horas, e descobriram que a falta de sono aumenta a pressão sanguínea e sobrecarrega o coração, aumentando a força dos batimentos (contratilidade) e sua frequência.

"Pela primeira vez, mostramos que uma privação de sono de curto prazo, no contexto dos turnos de 24 horas, pode levar a considerável aumento da pressão sanguínea, da contratilidade e da frequência cardíaca", disse o autor principal do estudo, Daniel Kuetting, do Departamento de Radiologia Diagnóstica da Universidade de Bonn.

Pessoas que trabalham em serviços de emergência, como médicos, policiais, bombeiros e outros, são convocados com frequência para atuar em turnos de 24 horas. Já se sabia que esse tipo de jornada estressante pode afetar diversos processos físicos, cognitivos e emocionais.

Mas, segundo Kuetting, o novo estudo é o primeiro a focar no impacto específico do turno de 24 horas sobre as funções cardíacas. Os resultados da pesquisa foram apresentados na manhã desta sexta-feira, 2, na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA).

Os estudos foram feitos com os próprios médicos da universidade. Foram selecionados 20 radiologistas saudáveis com idade média de 31,6 anos. Cada um dos participantes foi avaliado com exames de ressonância magnética cardiovascular (RMC), com análise de deformação.

Os participantes foram submetidos aos exames antes e depois de seus turnos de 24 horas, nos quais tiveram em média três horas de sono. Os cientistas também coletaram amostras de sangue e de urina de todos eles e mediram a pressão sanguínea e a frequência cardíaca.

"A função cardíaca no contexto da privação de sono não havia ainda sido investigada com análise de deformação em exames de RMC, que é o parâmetro mais minucioso de contratilidade cardíaca", explicou Kuetting.

Após a privação de sono de curto prazo, além de apresentarem elevação considerável da pressão sanguínea e da frequência e contratilidade cardíaca, os participantes também tiveram um aumento importante dos níveis de hormônios da tireoide e do cortisol - um hormônio liberado pelo organismo em resposta ao estresse.

Kuetting afirma que aumento da pressão sanguínea após a privação de sono não chegou a valores que caracterizam pressão alta, mas ainda assim revelam uma conexão inequívoca entre a privação de sono e o aumento da pressão. Ele afirma que será preciso realizar estudos com grupos maiores para determinar possíveis efeitos de longo prazo da falta de sono.

"O estudo foi desenhado para investigar um caso real de privação de sono relacionada ao trabalho. Não foi permitido que os participantes consumissem, durante o estudo, cafeína ou alimentos e bebidas que contivessem teobromina, como chocolate, castanhas ou chá. Porém, nós não levamos em conta fatores como estresse individual e estímulos ambientais", explicou Kuetting.

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