X

Mundo

Sob incerteza, Trump se torna 45º presidente dos EUA nesta sexta

O modo agressivo e nada convencional da campanha que levou pela primeira vez na história um não político à Presidência dos EUA

Folhapress

Publicado em 20/01/2017 às 11:00

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Donald Trump taomará posse nesta sexta-feira / Associated Press

Ao prestar juramento nesta sexta (20) como o 45º presidente dos Estados Unidos, o empresário Donald Trump assumirá a chefia da maior potência econômica e militar do mundo cercado de incertezas sobre o seu governo na pele do mandatário americano mais impopular a entrar na Casa Branca em décadas.

O modo agressivo e nada convencional da campanha que levou pela primeira vez na história um não político à Presidência dos EUA, prenuncia uma ruptura drástica não só de estilo em relação a Barack Obama, mas também de conteúdo nas políticas que o país irá adotar nas esferas doméstica e externa.

O ambiente tóxico que dominou uma das disputas presidenciais mais polarizadas já vividas pelo país não arrefeceu após a eleição de 8 de novembro, em grande parte por iniciativa do próprio Trump, que continuou a disparar declarações polêmicas e críticas diárias aos que o questionam.

A conclusão da inteligência americana de que o governo russo orquestrou uma operação de ciberespionagem para favorecer Trump na campanha intensificou a desconfiança dos opositores.

Mais que oposição, a suposta interferência russa levou ao questionamento da legitimidade de Trump como presidente, como fez o deputado democrata John Lewis, ícone da luta contra a segregação racial no país.

Decidido a não comparecer à posse, Lewis deflagrou um movimento que já recebeu a adesão de mais de 60 deputados democratas ao boicote, o maior número desde a guerra do Vietnã.

Trump não será o primeiro presidente americano a assumir o poder em meio a dúvidas sobre sua legitimidade. No caso mais recente, George W. Bush tomou posse cercado de desconfiança de boa parte dos americanos após vencer a eleição de 2000 após uma conturbada recontagem de votos e a intervenção da Suprema Corte. A diferença é que Trump pouco fez para baixar as chamas.

"Longe de acalmar o país, Trump lembrou a todos que se opuseram a ele em 8 de novembro o porque de o considerarem inadequado para a Presidência", escreveu o comentarista politico E.J. Dionne no "Washington Post".

O candidato não convencional e inimigo do politicamente correto que prometeu virar Washington de cabeça para baixo seguirá o ritual da posse presidencial com toda a pompa e circunstância, mas em escala menor.

Público modesto

Em contraste com sua personalidade, a posse de Trump será mais modesta que os anteriores, dividida entre a festa e o repúdio.
Dezenas de manifestações estão planejadas por diversos grupos para mostrar sua oposição a Trump, que culminará com a marcha das mulheres, neste sábado (21).

Estima-se que 900 mil pessoas assistirão à posse, metade do público que acompanhou a chegada ao poder de Barack Obama, em 2009. Pelo cronograma Trump fará o juramento no Capitólio (sede do Congresso) ao meio-dia (15h de Brasília) e à tarde percorrerá com vice, Mike Pence, os 2,4 km até a Casa Branca.

Segundo o comitê que organiza a posse, o tradicional desfile foi encurtado a uma hora e meia (Obama levou mais de duas horas) para que Trump vá imediatamente "para o trabalho" antes dos três bailes oficiais a que comparecerá à noite com a primeira-dama, Melania. Barack Obama e Michelle foram a 11. Bill Clinton, a 14.

O glamour pop ao qual o bilionário Trump está habituado após anos como celebridade nacional estará pouco representado na posse, depois da esnobada de grandes artistas como os cantores Elton John e Andrea Bocelli ao convite para se apresentarem na festa.

Trump retrucou que estava pouco ligando para o boicote dos artistas, e o que importa é "o povo".

Desde a eleição, porém, ele vem caindo aos olhos dos americanos. Trump tomará posse com 60% de rejeição, uma maioria que não o considera apropriado para ser presidente que os antecessores não tiveram que enfrentar.

Bush entrou com 62% de aprovação em 2001, mesmo após sua conturbada vitória, e Obama chegou à Casa Branca com o aval de 79% dos americanos.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Baixada Santista confirma sétima morte por dengue

A vítima é uma mulher de 49 anos, que morreu no último dia 3

Santos

Pacientes com câncer estão tendo cirurgias suspensas em Santos

Denúncia foi feita pela vereadora Audrey Kleys (Novo) durante a 22ª Sessão Ordinária da Câmara de Santos nesta terça-feira (23)

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter