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Saúde

Uma a cada seis pessoas do mundo são vítimas de AVC

No Brasil, essa é a primeira causa de morte e incapacidade. A cada ano, cerca de seis milhões de pessoas morrem de acidente vascular cerebral

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 02/01/2014 às 16:46

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A cada ano, cerca de seis milhões de pessoas morrem de acidente vascular cerebral (AVC). No Brasil, essa é a primeira causa de morte e incapacidade. “De acordo com estudos, uma a cada seis pessoas no mundo terá um AVC durante a sua vida, mas isso pode ser prevenido através da informação.”, explica o Dr. Rubens José Gagliardi, vice-presidente da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Conforme a dra. Sheila Martins, coordenadora do Departamento Científico de Doenças Cerebrovasculares, Neurologia Intervencionista e Terapia Intensiva em Neurologia da ABN, o número de casos de AVC pode diminuir amplamente caso sejam controlados os fatores de risco.

Outra forma de minimizar as ocorrências de morte por AVC é garantir que os centros hospitalares sejam especializados e organizados, dispondo de equipe médica ágil e bem treinada, com neurologistas disponíveis para o atendimento aos pacientes.

Medicação agora no SUS

O tratamento trombolítico, utilizado em casos de AVC isquêmico - o tipo mais comum, ocasionado pela falta de fluxo sanguíneo cerebral -, antes à criação da portaria era disponibilizado através do setor privado e de poucos hospitais públicos universitários e algumas secretarias de saúde; agora, também é acessível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo dra. Sheila, os dois primeiros hospitais públicos no Brasil habilitados pelo Ministério da Saúde para o tratamento do AVC foram o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o Hospital Geral de Fortaleza.

Cerca de seis milhões de pessoas morrem de AVC anualmente (Foto: George Doyle/Getty Images)

“Essa medicação é utilizada apenas em casos de AVC isquêmico e quando aplicada em até aproximadamente quatro horas consegue abrir a circulação fazendo com que o fluxo volte ao normal, diminuindo as chances de sequelas.”

A portaria foi assinada na abertura do Congresso Mundial de AVC - em outubro de 2012 em Brasília – e a partir de então outros hospitais passaram a fornecer atendimento a casos de AVC com tudo pago pelo SUS. “De outubro para cá, temos mais 20 novas unidades especializadas”, conta dra. Sheila.

Novidades

Ao longo dos últimos 20 anos, surgiu uma série de novidades em prevenção do AVC e hoje em dia já é possível precaver aproximadamente 90% dos casos. Dra. Sheila alerta que o mais importante é controlar os fatores de risco, como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, tabagismo e fibrilação atrial.

“Descobrimos que a aspirina diminui o risco de AVC isquêmico em 20%. Quem já teve um AVC deve usar de forma contínua o medicamento pra evitar que outro acidente eventualmente aconteça.”

Já a pressão alta, fator de risco mais comum, tanto para o AVC isquêmico quanto para o hemorrágico - menos frequente, que ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano -, quando tratada, diminui em mais de 50% a probabilidade do acidente.

“Quanto ao colesterol alto, muitos dizem que para reduzi-lo basta a prática de exercício físico, quando na verdade é uma indicação equivocada. Sabe-se hoje que o colesterol alto durante muito tempo acaba lesando a parede do vaso sanguíneo, o que pode causar uma obstrução da circulação ao longo da vida, no coração ou no cérebro”, alerta.

Evitar frituras, reduzir a ingestão de carne vermelha e substituir molhos calóricos, como maionese e cremes são dicas para o combate do colesterol alto.

Tratar a fibrilação atrial também é de extrema importância e a maneira mais eficaz se mostra através de anticoagulantes. O uso do anticoagulante Marevan diminui em 68% o risco de AVC causado pela arritmia, porém é de difícil manejo.

“Junto ao anticoagulante devem ser realizados exames de sangue frequentes, sem contar que o remédio interage com a alimentação e outros medicamentos. Deve-se atentar também a possíveis sangramentos e à dosagem, que deve estar estritamente correta.”

Entretanto, novos anticoagulantes orais – como dabigatrano, rivaroxabano e apixabano –, que não necessitam de monitoração laboratorial assídua ou acompanhamento alimentar, se mostram eficazes e mais seguros a curto e longo prazo.

“Uma novidade recente é a chamada dieta mediterrânea, hábito alimentar que se mostra como uma boa opção para a redução dos fatores de risco para AVC. Ela não tem como finalidade o controle de peso, sendo apenas um conjunto de hábitos alimentares saudáveis que ajudam na prevenção das doenças circulatórias”, explica a especialista.

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