03 de Maio de 2024 • 22:52
Nelson Marfil, médico especialista em endoscopia e qualidade de vida, da Clínica Endocentro, afirma que pacientes não podem ignorar sintomas / Divulgação
Desde o início da pandemia, as pessoas estão mais tensas, ansiosas e preocupadas. Emoções que afetam também o físico, com importantes impactos na saúde do corpo. Um destes problemas é a chamada gastrite nervosa.
"O estresse libera alguns hormônios, como o Cortisol e a Adrenalina, que podem afetar o nosso tubo digestivo, em especial o estômago, aumentando a produção de ácido clorídrico, que é o principal responsável pelos sintomas da gastrite nervosa ou dispepsia funcional", explica Nelson Marfil, médico especialista em Endoscopia e Qualidade de Vida, da Clínica Endocentro.
Segundo ele, excesso de acidez pode levar a quadros de azia, náuseas e vômitos. Também é muito comum a cefaléia, a popular dor de cabeça, nestes casos. O médico concorda que no período da pandemia trouxe mais pacientes para a clínica com este tipo de queixa.
"Houve um grande aumento no número de casos de gastrite nervosa durante a pandemia, provavelmente pelo fato das pessoas estarem mais inseguras, amedrontadas, com alimentação exagerada ou inadequada, bem como a menor atividade física. Na endoscopia, geralmente, percebemos uma sintomatologia bastante acentuada para um quadro endoscópico normal ou incipiente", confirma o médico, lembrando que o paciente também pode, em razão da gastrite nervosa, apresentar também quadros como insônia ou pirose (queimação no peito).
Diante destes quadro, Nelson Marfil explica como deve ser o tratamento. " Incialmente podem ser utilizados medicamentos antiácidos e procinéticos (que melhoram a digestão e reduzem o refluxo), podendo ser necessários até mesmo medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos, dependendo do quadro. O mais importante, porém, é uma avaliação psicológica do paciente, para chegar à verdadeira causa do quadro".
O médico também recomenda que as pessoas levem a sério estes sintomas e não tentem tomar remédios por conta própria. "A automedicação deve ser evitada sempre, pois muitas vezes é dado o diagnóstico de gastrite nervosa sem os exames necessários para confirmação diagnóstica, podendo deixar de ser descobertas patologias graves. A endoscopia é um exame essencial em qualquer caso de epigastralgia que ultrapasse duas semanas", finaliza.
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