04 de Maio de 2024 • 07:32
Dezenas de sindicatos da Baixada Santista e Litoral estão convidados para reunião, amanhã, sobre os efeitos da desativação das áreas primárias da Usina de Cubatão da Usiminas.
O debate, às 15 horas, será na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), que representa três mil terceirizados em atividade na siderúrgica.
A iniciativa de convocar a reunião partiu do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos e coordenador da Central Força Sindical na Região, Herbert Passos Filho.
A desativação na siderúrgica, dentro dos próximos quatro meses, foi anunciada na última quinta-feira, dia 29, pela própria Usiminas, e poderá resultar em 1.800 demissões diretas na empresa.
O presidente do Sintracomos, Macaé Marcos Braz de Oliveira, está preocupado também com os trabalhadores das 18 empreiteiras que prestam serviços à fábrica de aço.
Conforme destaca o sindicalista, “são três mil famílias, perto de 10 mil pessoas, preocupadas com a possibilidade de desemprego e comprometimento de seu futuro imediato”.
“Ainda que a Usiminas diga tratar-se de desativação temporária, não se sabe se ela será definitiva”, adverte Macaé. Segundo ele, há rumores de que a empresa poderia transformar sua atividade industrial em portuária, o que resultaria em milhares de demissões.
“Nós, trabalhadores, somos vítimas da enorme crise capitalista que assola o planeta, onde a imensa maioria é vítima dos poucos que dominam o chamado ‘mercado’”, lamenta Macaé.
A Usiminas desativará as sinterizações, coquerias, o segundo alto-forno (o primeiro foi paralisado em maio), aciaria e atividades associadas a essas áreas. A estimativa é que o processo seja concluído entre três e quatro meses, conforme o anúncio da empresa.
O Sintracomos terminou, recentemente, após 26 dias de greve, uma campanha salarial vitoriosa. Com data-base em agosto, a categoria conseguiu correção salarial de 10%, com pagamento de 16 dias de paralisação e compensação de dez.
Os operários garantiram ainda uma Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) de R$ 1.100 e elevaram o tíquete-alimentação de R$ 150 para R$ 165, embora façam as refeições no trabalho. Para Macaé, “foi um resultado bastante positivo”.
“Infelizmente, nos deparamos agora com essa notícia bombástica da Usiminas”, diz o sindicalista, que marcará uma reunião de diretoria, para a próxima semana, a fim de debater o problema. Para ele, “o enfrentamento da crise tem que ser coletivo e não individual”.
“Não resolverá o Sintracomos adotar medidas próprias e o mesmo ser feito pelos sindicatos dos metalúrgicos e de trabalhadores em refeições coletivas, para citar apenas três. Temos que pensar em bloco, inclusive com outros segmentos sociais, empresariais e políticos”, defende Macaé.
Justificativa
A decisão foi tomada diante da crise econômica no País e no mundo, seguindo problemas financeiros enfrentados pelo mercado do aço. Segundo a siderúrgica, em nível mundial, o excesso de capacidade produtiva de aço já é da ordem de 700 milhões de toneladas e os patamares de preço encontram-se depreciados, sem perspectivas de recuperação consistente. Já no plano doméstico, números preliminares do Instituto Aço Brasil indicam queda no consumo aparente de aços planos de 14% neste ano em relação a 2014 e de 22% em relação a 2013, refletindo a atual crise econômica e a perda de participação da indústria de transformação no PIB brasileiro. “Com isso, a siderurgia brasileira tem operado com um nível de capacidade instalada da ordem de menos de 70%. Somam-se os elevados custos de produção e a falta de isonomia competitiva frente à concorrência desleal do aço importado, notadamente da China”, justifica.
Segundo o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, estes fatores têm influenciado os resultados da empresa, o que exigiu a reconfiguração de suas operações. “O cenário mundial e doméstico para a siderurgia foi determinante para reposicionarmos a Usiminas em um patamar de escala mais viável à sua competitividade no curto e médio prazos”, afirma.
A Usina de Cubatão já havia tido um de seus dois altos-fornos desligados em maio deste ano, bem como seu laminador de chapas grossas em setembro. No entanto, os estudos da Usiminas apontaram que a alternativa mais viável, no atual cenário, era a paralisação das áreas primárias da unidade.
“A Usiminas tem consciência do impacto social desta medida sobre a empregabilidade na Região da Baixada Santista. Porém, ressalta que diante dos últimos resultados financeiros, a desativação foi necessária para a própria sustentabilidade da Usiminas como empresa e, como tal, movimentadora de uma cadeia produtiva estratégica para a economia, como a indústria automotiva, de máquinas e equipamentos, construção civil, linha branca, naval, óleo e gás, distribuidores, entre outros”, complementa.
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