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Santos

Câmara de Santos vai discutir situação das crianças da área central

Meninas estão sendo exploradas sexualmente e reportagens do Diário do Litoral servirão como base para autoridades

Carlos Ratton

Publicado em 08/05/2017 às 10:30

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No último dia 30, conselheira tutelar expôs a situação dramática de meninas expostas no município de Santos / Divulgação

Duas reportagens especiais do Diário do Litoral – “Estupro e morte rondam mulheres e crianças de Santos”, publicada em 19 de março, e “Meninas são exploradas sexualmente em Santos”, publicada em 30 de abril passado, servirão de base para a realização, na próxima quarta-feira (10), às 18h30, de uma audiência pública no auditório Zeny Goulart da Câmara, localizada à Praça Tenente Mauro Batista Miranda, nº 01- Vila Nova, ­Santos.

A iniciativa é do vereador Geonísio Aguiar, o Boquinha (PSDB) que vem se reunindo com a vereadora Telma de Souza (PT) e com os secretários Sérgio Del Bel (Segurança); Sadao Nakai (Esportes) e Fábio Nunes (Cultura), no sentido de desenvolver ações conjuntas no Centro da Cidade.

Boquinha lembra que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) lançou um decreto colocando várias secretarias para fazer um plano emergencial e ações para tentar minimizar os problemas dos moradores. As ações deverão ser expostas na audiência da próxima quarta-feira, que também deverá contar com a presença de diversos conselheiros do Município. 
Vale lembrar que a vereadora Telma de Souza, presidente Comissão dos Direitos da Cidadania e dos Direitos Humanos da Câmara, está tentando articular um amplo mutirão, com objetivo de levar informações aos locais mais afetados pela violência e colher dados que possibilitem um diagnóstico da vulnerabilidade social das ­comunidades.

Vereador cobra

Vereador Antonio Carlos Banha Joaquim (PMDB) apresentará hoje um requerimento ao prefeito solicitando informações sobre as ações que serão tomadas pela Secretaria de Ação e Cidadania em relação as denúncias do Conselho Tutelar, publicadas pelo Diário, sobre a falta de locais e serviços de atendimento às meninas. 

A iniciativa visa ajudar a combater parte dos problemas enfrentados pelas crianças e adolescentes que moram no Centro de Santos, conforme denunciado pela série de reportagens 
“Paralelamente, precisamos cobrar da Prefeitura um maior suporte aos conselhos tutelares. Antigamente existiam dezenas de comissários de menores que atuavam voluntariamente, em diversos turnos, hoje temos apenas 15 conselheiros tutelares”, afirma o vereador. 

Banha também quer que seja determinado ao órgão competente que informe se existe estudos e para quando está previsto, a implantação do Programa de Lazer e Cultura, no sábado ou domingo, para as crianças que não tem opção de lazer em sua região, nos mesmos moldes que ocorre na avenida da praia.

Os locais indicados pelo vereador são: Centro – Praça. Mauá; Vila Mathias – Rua Comendador Martins; Mercado Municipal - Praça Iguatemi Martins; Zona Noroeste – Praça da Paz Universal ou Praça Engenheiro Francisco Prestes Maia e no Morro Nova Cintra – Praça Guadalajara.

Líder indignada

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, ficou sensibilizada com a situação as meninas do Centro. 

“Infelizmente, é uma triste realidade que existe não só em Santos, mas em várias cidades do país. No entanto, apesar de ser frequente, não se deve fechar os olhos para isso e, sim, exigir das autoridades municipais que encarem o problema de frente e criem mecanismos e alternativas para, ao menos, minimizar a situação. Não se pode esperar que algumas poucas vozes isoladas, como a da conselheira tutelar Idalina Xavier, tenham condições estruturais para equacionar a questão. Trata-se de um problema social gravíssimo, que desencadeia outras dificuldades, como por exemplo, nas áreas de segurança e saúde pública, pois essas meninas estão expostas a uma série de doenças, inclusive ao vício em drogas, que podem ser evitadas”, disse a líder dos estudantes.

Para Carina, a exploração sexual das meninas é um quadro desolador, que deixa sequelas crônicas nelas e precisa ser combatido com firmeza. 

“Como mulher e jovem, me sensibilizo e solidarizo profundamente com essas meninas. Esse cenário também é um reflexo do abandono que as últimas administrações municipais e, especialmente a atual, impuseram nas áreas onde acontecem essas aberrações. Talvez parcerias entre o Poder Público e universidades ou outros setores da sociedade civil organizada, além de ações mais efetivas das Delegacias da Mulher e da Infância e Juventude e a criação de uma casa abrigo específica para acolher essas meninas, possam representar saídas para o fim do problema”, conclui.

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