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Política

Tombini diz que proposta de ajuste já reduz projeção de inflação de longo prazo

O presidente do Banco Central voltou a dizer que o ajuste de preços relativos "está batendo" na inflação de mais curto prazo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 24/03/2015 às 15:17

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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que a expectativa com o ajuste fiscal já tem impacto sobre as projeções de inflação de longo prazo.

"A despeito da elevação das expectativas de curto prazo, estamos vendo que a inflação esperada de janeiro a março de 2016, 2017 e 2018 vem caindo, mesmo com inflação mais alta de 2015", disse ele. Tombini disse que o BC está trabalhando para baixar as expectativas de mais longo prazo."Essa política já tem impacto. Não vamos esperar até 2018", afirmou.

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Tombini voltou a dizer que o ajuste de preços relativos "está batendo" na inflação de mais curto prazo. Ele explicou ao senadores que o BC não está contendo excesso de demanda, mas outros canais que levam à inflação. Ele citou, como exemplo, o ajuste de preço da taxa de câmbio e dos preços administrados.

O presidente do BC defendeu que a instituição também deve participar do processo de ajuste proposto pelo governo. "Certamente é necessário mostrar austeridade neste momento de ajuste, todo o governo, não só o BC", afirmou.

Meta fiscal

Ele disse ainda ao senadores que a atual meta de superávit primário é adequada para a estabilização da dívida líquida do setor público. "Acredito que será cumprida a determinação de se buscar ajuste, inclusive com reformas mais estruturais no seguro-desemprego e na pensão por morte", afirmou. "A meta de superávit primário é compatível com a economia. Caso haja desvio o ministro da Fazenda vai procurar ajustes para cumprir a meta fiscal", acrescentou.

Alexandre Tombini que a expectativa com o ajuste fiscal já tem impacto sobre as projeções de inflação de longo prazo (Foto: Banco Central)

Em mais um bloco de respostas aos parlamentares, Tombini disse que neste momento o País sente pico da inflação e isso está refletido nas expectativas do mercado. "Quanto mais ajuste tivermos agora, menos teremos lá na frente", afirmou. Segundo ele, é preciso quebrar a inércia da inflação, por isso é importante a continuidade da vigilância. "Não estamos enxugando gelo, já temos algum resultado para mostrar", argumentou.

Repasse do câmbio

Tombini disse também que, apesar de o movimento na taxa de câmbio ser grande, o repasse não ocorre na mesma magnitude. De acordo com ele, esse repasse estaria entre 5% e 10% em 12 meses. "Precisamos cuidar para que isso não se alastre para outros segmentos da economia. Esse repasse é limitado por alguns fatores, como PIB menor, preços das commodities em queda e efeitos do dólar também em outras moedas, como o euro", afirmou.

Sobre o programa de swaps cambiais ofertado pelo BC, ele disse que "não são para segurar o câmbio em nenhum nível". Segundo ele o swap é um instrumento para assegurar estabilidade econômica e financeira no País. "O instrumento de swap é cumulativo e é reciclado, pois fica girando. O swap é para que empresas não saiam quebrando ao primeiro soluço do câmbio", definiu.

Em resposta ao senador José Serra (PSDB-SP), Tombini defendeu a atual condução da política monetária mesmo em um cenário de desvalorização do real. "Tem muita gente que diz que é preciso um câmbio cavalar para ajudar a balança comercial, mas não necessariamente. Não usamos os juros para segurar o câmbio, o câmbio está andando", afirmou. "O regime de metas de inflação é bom porque deixa o câmbio flutuar para tomar conta do balanço de pagamentos e usa os juros para conter efeitos secundários das variações de câmbio", concluiu.

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