26 de Abril de 2024 • 12:19
Eduardo Jorge pode ser o vice na chapa da ex-senadora Marina Silva / Divulgação/Fotos Públicas
Reunidos na manhã desta quinta-feira (2) em São Paulo, dirigentes da Rede e do PV (Partido Verde) avançaram na proposta de que o ex-deputado Eduardo Jorge seja o candidato a vice na chapa da ex-senadora Marina Silva.
A Rede, partido da presidenciável, ofereceu a vaga aos verdes no fim de semana. Eduardo defendeu na convenção do PV o apoio à presidenciável e disse estar disposto a ocupar o posto, caso as duas siglas concordem. Ele é o preferido de ambos os lados para a missão.
Eduardo participou do encontro nesta quinta, ao lado do presidente nacional do PV, Penna, e de Marcos Belisário, também da direção nacional da legenda. Pela Rede estiveram os dois principais articuladores políticos de Marina, Pedro Ivo Batista e Bazileu Margarido.
O maior desejo no grupo da ex-senadora é que o PV consiga chegar a um acordo a tempo de Eduardo ser anunciado como vice na convenção que lançará a candidatura de Marina, neste sábado (4), em Brasília. A decisão, no entanto, pode esperar até o dia 15.
O principal entrave é que o PV fechou alianças nos estados que dificultam a composição com a Rede no plano nacional. Por causa dos acordos locais, diretórios já haviam se comprometido a apoiar outros candidatos a presidente.
A posição oficial do partido, hoje, é manter a neutralidade na corrida ao Planalto. Setores da legenda vêm defendendo que essa postura seja mantida, para não sacrificar campanhas regionais.
Reservadamente, dirigentes do PV dizem que o convite da Rede chegou tarde. Se a aliança estivesse sendo discutida há mais tempo, seria maior a chance de a coligação ter avançado sem sobressaltos. É consenso que as duas legendas têm identidade nos programas e podem se fortalecer mutuamente.
Marina não tem nenhuma aliança nacional fechada, mas vinha conversando com siglas como PHS e Pros, que tinham intenção de indicar o vice. Sem uma sinalização concreta da Rede sobre a vaga, as negociações acabaram esfriando. O Pros, por exemplo, se aproximou do PT.
Para tomar a decisão final sobre o apoio a Marina, o PV diz que precisa convocar sua executiva nacional. A tarefa, no entanto, esbarraria na dificuldade de reunir os dirigentes de imediato, em meio às convenções estaduais para homologar candidaturas.
O médico sanitarista Eduardo Jorge, que em 2014 foi candidato à Presidência pelo Partido Verde, afirmou à Folha de S.Paulo nesta semana que "não tem lógica que dois partidos tão semelhantes fiquem separados numa situação [do país] tão complicada".
Se o acordo com o PV não for fechado, a hipótese mais provável é que Marina forme uma chapa pura. Os nomes mais cotados na Rede são o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e o economista Ricardo Paes de Barros.
Outro nome proposto, o do ator Marcos Palmeira, subiu no telhado. Ele disse na segunda-feira (30) que "não é o momento" de se candidatar, mas que seguirá apoiando a candidatura da ex-senadora.
As lideranças do PV e da Rede acordaram também que, mesmo que a coligação não seja formalizada, será necessário formar um bloco quando passar a eleição. A proposta é que as siglas, que se empenham para eleger candidatos e ultrapassar a cláusula de barreira, mantenham diálogo sobretudo no Congresso Nacional.
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